Sou comunicador e há bastante tempo venho observando as práticas docentes na escola contemporânea. Hoje pela manhã chamou-me a atenção um termo utilizado por um colega radialista em um programa matinal: assistir aula. Essa expressão não mais deveria ser utilizada nos tempos modernos, pois é advinda de práticas docentes antigas onde o professor era o detentor de todo o conhecimento e, o aluno, mero expectador. Daí o termo “assistir aula”.
O professor
planejava aulas expositivas, utilizava-as em diferentes turmas de alunos
desconsiderando suas particularidades e possíveis questionamentos ou
imprevistos. Os planejamentos eram guardados como tesouros junto a modelos de
atividades objetivando facilitar a vida do professor nos anos subsequentes.
Esse equívoco foi prática comum durante um longo período nas escolas.
Comparemos essas
aulas agora a uma ida ao cinema: sabemos o nome do filme (disciplina); temos
noção do enredo (conteúdo); podemos gostar ou não, porém jamais nos será
permitido fazer qualquer alteração no desenrolar e no desfecho da história. Nos
resta apenas a opção de assisti-lo até o final ou desistir antes do fim.
Assim ficava
caracterizado o papel do aluno naquela época: mero expectador. Mas, diante de
um mundo globalizado em que as informações chegam com rapidez e em quantidades
surpreendentes e onde nenhum setor cresceu tanto como o da comunicação,
inevitavelmente, a escola também mudou. O aluno agora deve ser o protagonista
de sua aprendizagem e, o professor, um mediador do conhecimento.
Hoje, ele não “assiste aula”, mas, sim, participa ativamente dela buscando e trocando conhecimentos, construindo conceitos por meio da vivência, da pesquisa. Com isso o desenrolar e o desfecho dessa história, não é tão previsível, pois tudo pode ser questionado, ampliado, compartilhado e construído por meio das relações e das interações. Ou pelo menos, deveria ser...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente no blog do Val Cabral.