O secretário nacional de Fomento e Incentivo à Cultura, André Porciúncula, revelou, durante entrevista ao programa “Sem Censura”, da TV Brasil, que o governo Jair Bolsonaro constatou a existência de mais de R$13 bilhões gastos em projetos não auditados, após receberem recursos públicos por meio da Lei de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet.
Ele
também revelou que 30% do valor total desses R$13 bilhões não aditados eram
obrigatoriamente gastos com propaganda, dinheiro que segundo o secretário era
destinado a jornais, revistas, emissoras de rádio e TV. Outros 15% dos recursos
arrancados por meio da Lei tinham que ser gastos obrigatoriamente com
“assessoria jurídico”.
Porciúncula
disse que as empresas patrocinadoras assumiam 50% dos custos dos projetos, mas,
na prática, de todos os gastos sobravam apenas 5% para cultura. O secretário
informou que, no total, foram mais de 20.000 projetos não auditados, apesar de
terem sido financiados com recursos públicos.
Ele
destacou que não se refere à mera conferência de notas fiscais, mas a
verificação sobre a efetiva realização dos eventos e projetos que tomaram
dinheiro da Lei Rouanet. Por essa razão, segundo o secretário, a primeira
prioridade é a moralização na concessão dos benefícios da Lei de Incentivo à
Cultura.
Ele
considera inaceitável que, antes, as empresas de promoção e produção cultural
representassem 10% dos beneficiados e ficassem com 78% dos recursos públicos.
Por essa razão, a decisão estratégica do governo é promover a descentralização,
a fim de que os recursos cheguem aos projetos mais simples.
“Havia
uma pequena elite, uma casta, que concentrava todos os recursos públicos da Lei
Rouanet”, disse Porciúncula, que antecipou detalhes de uma nova instrução
normativa determinando que patrocinadores de projetos culturais cm valor acima
de R$1 milhão, com os benefícios da Lei Rouanet, terão de destinar
obrigatoriamente 10% de seu investimento para pequenos projetos.
A
nova instrução normativa também limitará a dois anos o patrocínio obtido com os
favores da Lei Rounet. “A empresa não poderá usar a Lei para patrocinar o mesmo
artista ou o mesmo projeto por dez, quinze anos”, disse. “A Lei é de incentivo
à cultura”, enfatizou, ao defender a diversificação de projetos.
O programa “Sem Censura” desta note, com apresentação de Marina Machado, contou com a participação dos jornalistas Taís Braga, editora do Correio Braziliense, e Leandro Magalhães, da CNN. Com o Diário do Poder.
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