Nessa manhã de segunda-feira (03), está acontecendo um despejo judicial envolvendo 130 famílias, em uma área de terra na rodovia Ilhéus/Itacaré e para tanto está mobilizado um grupo de dezenas de policiais militares, caminhões e tratores, com perspectiva de confronto com os assentados, que afirmam indisposição de saírem do local com seus pertences.
O conflito decorreu da área ter sido doada para uma mulher conhecida por Elisabeth, que a vendeu para o empresário Tino Marcos, conhecido como "rei da especulação imobiliária na região cacaueira. Logo em seguida, Tino
vendeu a área, que estava abandonada para o empresário Edney do Espírito Santo.Em 2014 os assentados ocuparam o terreno que possui casas de alvenaria e beneficiaram a área, com preservação de espaço arborizado e públicos.
Caminhões de mudança já estão posicionados no local para levar os móveis dos moradores para um galpão em local próximo do assentamento.
A defesa dos assentados entrou com recurso no Tribunal de Justiça da Bahia, que solicitou os documentos da área para a reintegração de posse, mas foi apresentado apenas um documento da doação. Já Ediney do Espirito Santo apresentou apenas um documento da secretaria do Meio Ambiente da prefeitura de Ilhéus.
O despejo, realizado em meio à pandemia do novo coronavírus, indignou os assentados, entidades e políticos, que pressionam o governador Rui Costa (PT) e a Justiça, para suspenderem a operação policial. “Já são mais de 400 mil mortes no país (por covid-19) e a polícia quer levar as pessoas do assentamento a se reunirem para defenderem seu direito. Isso expôs ainda mais todos aos riscos. É uma ilegalidade absurda, um desrespeito à vida sem precedentes”, afirma um assentado, que não quis se identificar.
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