De acordo com o IBGE, isso quer dizer que uma pessoa que nasce na Bahia vive em média 74 anos, 2 meses e 12 dias, o que significa, 3 meses e 18 dias a mais do que quem nasceu em 2018.
Os dados revelam que homens e mulheres
têm expectativa de vida diferentes, cenário que se mantém estável nos últimos anos.Enquanto baianos vivem em média 70 anos (69,7 anos), baianas têm uma esperança de 80 anos (78 anos e 10 meses) de vida. O estado registrou a segunda maior diferença de esperança de vida entre homens e mulheres no país. Elas vivem 9,2 anos a mais do que eles.
Segundo Mariana Viveiros, supervisora de Disseminação de Informação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, os motivos são variados, e dependem da faixa etária.
“Esse cenário se repete no mundo inteiro. As mulheres, normalmente, têm uma esperança de vida e de sobrevida maior do que homens, afirma Mariana. “Sabemos que alguns fatores estão relacionados. Quando jovens, a taxa de mortalidade entre homens é bem maior. Há uma probabilidade relativamente grande de ele morrer jovem, seja por acidente ou morte violenta. Isto tem a ver com a cultura, como os meninos vivem, a forma que eles vivem, como eles percorrem a vida”, acrescentou a supervisora.
“Quando eles passam dessa fase, essa tendência diminui, mas eles continuam em desvantagem em relação às mulheres. Aos 75 anos de vida, a mulher tem uma esperança de viver mais de 4 anos em relação aos homens aqui na Bahia, e aí já têm outros fatores. Agora o que pesa mais é o cuidado com a própria saúde. Os homens são mais negligentes, e até doenças acabam vitimando mais eles do que elas”, complementou Mariana.
Dados do IBGE indicam que, em 2019, 84% das mulheres acima dos 65 anos já tinha ido ao médico, enquanto apenas 75% dos homens com a mesma idade o tinham feito. “Se você se cuida mais, as chances de você viver mais crescem”, pontuou Mariana Viveiros.
Além disso, entre os anos de 1980 e 2019, a chance de um baiano de 60 anos chegar aos 80 anos quase dobrou, com crescimento de 90,8%, e cerca de 6 em cada 10 idosos (580 a cada mil) passaram a ter essa possibilidade de viver mais.
As irmãs Nilza Maciel, de 92 anos, e Zilda Maciel, de 89 anos, professoras aposentadas residentes no bairro de Periperi, superaram as expectativas e atingiram uma longevidade maior do que a média dos baianos.
“Não sou igual ao que era quando jovem, mas a cabeça ainda dá para pensar, graças a Deus”, diz Nilza, entre risos. “Eu nunca tive uma doença sequer, nunca tive doença nenhuma. Sempre fui uma pessoa sadia e disposta, responsável com minha família, e eu tenho uma família muito boa, isso contribui muito”, avalia.
Irmã mais nova de Nilza, Zilda brincou quando perguntada sobre a idade: “Eu não gostei porque a essa altura a pessoa só vive de lembranças”, reclamou, sorridente. “Mas, graças a Deus, são lembranças boas”.
O cuidado com a pessoa idosa não passa despercebido por elas. “Tem que ter mais cuidado com os velhos porque eles dependem mais de cuidados. Tem velhos que têm mais assistência, mas têm uns que não têm, e sofrem muito porque não têm”, lembrou Zilda.
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