O Dia da Consciência Negra – instituído oficialmente em 2011 – é visto como uma forma de promover a conscientização e a reflexão a respeito da relevância da cultura e do
povo africano na formação de nossa própria cultura. Também é um momento de refletir sobre o racismo que teima em sobreviver na sociedade brasileira.Desde a década de 1950 que existem leis antidiscriminação racial no Brasil, e com a Constituição de 1988 o racismo foi transformado em crime inafiançável. Mesmo assim, percebe-se na prática que leis não são suficientes para mudar as estruturas sociais e econômicas que alimentam o racismo. Apesar de serem maioria da população brasileira, os negros aparecem em estatísticas de forma desfavorável.
Jovens negros continuam sendo as maiores vítimas da violência nas grandes cidades. O número de mortes de jovens negros no Brasil é maior do que em regiões em guerra. O desemprego entre negros também é maior do que entre a população branca. O ideal seria que não fosse necessário criar um dia para trazer essas questões à tona, ou adotar sistema de cotas raciais. Entretanto, o País ainda tem uma dívida histórica com a população negra e está longe de garantir a todos o direito a uma vida digna, independentemente de cor, etnia, religião, orientação sexual e outras diferenças. Enquanto isso não ocorre, é preciso ficar repisando essa verdade incômoda.
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