É abrindo escolas, que se evitar construir presídios! |
Sou comunicador e
há bastante tempo venho observando as práticas docentes na escola
contemporânea. Hoje pela manhã chamou-me a atenção um termo utilizado por um
colega radialista em um programa matinal: assistir aula. Essa expressão não
mais deveria ser utilizada nos tempos modernos, pois é advinda de práticas
docentes antigas onde o professor era o detentor de todo o conhecimento e, o
aluno, mero expectador. Daí o termo “assistir aula”. O professor planejava
aulas expositivas, utilizava-as em
diferentes turmas de alunos desconsiderando
suas particularidades e possíveis questionamentos ou imprevistos. Os
planejamentos eram guardados como tesouros junto a modelos de atividades
objetivando facilitar a vida do professor nos anos subsequentes. Esse equívoco
foi pratica comum durante um longo período nas escolas. Comparemos essas aulas
agora a uma ida ao cinema: sabemos o nome do filme (disciplina); temos noção do
enredo (conteúdo); podemos gostar ou não, porém jamais nos será permitido fazer
qualquer alteração no desenrolar e no desfecho da história. Nos resta apenas a
opção de assisti-lo até o final ou desistir antes do fim. Assim ficava
caracterizado o papel do aluno naquela época: mero expectador. Mas, diante de
um mundo globalizado em que as informações chegam com rapidez e em quantidades
surpreendentes e onde nenhum setor cresceu tanto como o da comunicação,
inevitavelmente, a escola também mudou. O aluno agora deve ser o protagonista
de sua aprendizagem e, o professor, um mediador do conhecimento. Hoje, ele não
“assiste aula”, mas, sim, participa ativamente dela buscando e trocando
conhecimentos, construindo conceitos por meio da vivência, da pesquisa. Com
isso o desenrolar e o desfecho dessa história não é tão previsível pois tudo
pode ser questionado, ampliado, compartilhado e construído por meio das
relações e das interações. Ou pelo menos, deveria ser...
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