Na política os hipócritas estão sempre à espreita de eleitores dispostos a venderem seus votos! |
Um dos maiores defeitos do ser humano
consiste na hipocrisia de dizer uma coisa e fazer outra (totalmente distinta).
Ditamos regras para os outros e sabemos que nem mesmo nós vamos cumpri-las. A hipocrisia
é mais humana do que parece. E tão mais frequente quanto supomos ou desejaríamos.
A tendência é “impugná-la” com todas as forças (morais), porém, somos todos tão
acostumados a ela que nem a percebemos e, vira e mexe, nos pegamos seduzidos
por seus encantos. E num piscar de olhos, estamos julgando as pessoas por não
viverem de acordo com nossos conceitos, estes dos quais também não vivemos. O
“grande mistério” da hipocrisia é
que por trás de um hipócrita não existe
apenas uma pessoa moralmente falsa, existe um mentiroso. O hipócrita, por
exemplo, sente-se normalmente como um semideus, superior aos demais. E a prova
disso é a sua hipocrisia, que permite a ele cometer os mesmos erros que condena
nos outros. É um covarde, pois se esconde dentro de suas contradições para
atacar aqueles que iguais a ele. Mas, na medida em que julga, se vê também
envolto a uma redoma de temor diante do risco de ser desmascarado. Há quem diga
que é por isso que, muitas vezes, se tornam radicais. Não porque são fervorosos
defensores de seus princípios (que não os têm, sabemos, por trás da máscara da
hipocrisia). Mas é que o fervor no hipócrita serve como uma cortina de fumaça
para escondê-lo de tudo e todos e para ameaçar e desestimular permanentemente
qualquer um que tente identificá-lo. Mas, em nome do bom convívio na sociedade,
fingimos que não reconhecemos a hipocrisia no próximo e os deixamos “triunfar”.
Mundinho difícil de ser vivido, hein. Bom mesmo era como acontecia nos
clássicos antigos e fascinantes filmes de faroeste, em que os mocinhos ficavam
de um lado e os bandidos do outro. A hipocrisia? Ficava de fora da tela e da
narrativa”.
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