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7 de julho de 2019

OS MÉDICOS TAMBÉM DEVERIAM TER PROVAS COMO A DA OAB

Erro médico pode ser fatal e se sustentar no Direito!

O Brasil precisa, urgentemente, de um exame de triagem para os formandos em Medicina, nos moldes do exame da OAB. A qualidade do ensino médico está definhando rapidamente com a abertura desenfreada de novos cursos. A saúde do brasileiro está gravemente ameaçada. Essa prova é realizada anualmente pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo. O resultado dos últimos cinco anos mostrou que metade dos alunos se forma sem saber o mínimo necessário para exercer a profissão. É importante salientar ainda que a prova sempre foi voluntária, ou seja: os piores alunos não a prestavam. Este ano, ela passa a ser obrigatória, então podemos esperar um resultado ainda mais apocalíptico. Infelizmente, por falta de uma lei específica, os alunos reprovados ainda não poderão ser impedidos de exercer a profissão. Isso é uma tragédia para a sociedade, a prova deveria ser eliminatória e nacional. Muitos alegam que um exame teórico não é capaz de avaliar um médico, uma vez que a arte hipocrática é complexa e eminentemente prática, e que um teste como esse é injusto, pois isenta de culpa as más faculdades. Mas, como veremos, esses argumentos não se sustentam. Um teste teórico realmente não é a melhor forma de se avaliar um médico. Infelizmente, um médico que decorou os livros sem nunca pisar num hospital pode ser aprovado sem verdadeiramente saber exercer a Medicina, mas o contrário é impossível. É ridículo acreditar que alguém que não domine o mínimo da teoria saiba atuar na prática, esse é um raciocínio absurdo. O argumento de que o exame pune apenas o estudante é legítimo, porém insuficiente. A intenção do exame é dar segurança aos pacientes, e isso só pode ser feito avaliando o aluno, uma vez que, por melhor que seja a faculdade, sempre existirão alunos ruins em todas as instituições. Fechar faculdades ruins é necessário, mas não garante a exclusão dos profissionais mais despreparados. Apenas os que não se preocupam com a saúde do povo mais pobre, usuário do Sistema Único de Saúde (SUS), se opõem ao exame, pois sabem que é para lá que vão os “não barrados”. Que os governos em geral tenham essa posição é esperado. Agora, que muitos estudantes e médicos formados assim se posicionem, diz mais sobre eles mesmos do que gostaríamos de saber.

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