Erro médico pode ser fatal e se sustentar no Direito! |
O Brasil precisa,
urgentemente, de um exame de triagem para os formandos em Medicina, nos moldes
do exame da OAB. A qualidade do ensino médico está definhando rapidamente com a
abertura desenfreada de novos cursos. A saúde do brasileiro está gravemente
ameaçada. Essa prova é realizada anualmente pelo Conselho Regional de Medicina
de São Paulo. O resultado dos últimos cinco anos mostrou que metade dos alunos
se forma sem saber o mínimo necessário para exercer a profissão. É importante
salientar ainda que a prova sempre foi voluntária, ou seja: os piores alunos
não a prestavam. Este ano, ela passa a ser obrigatória, então podemos esperar
um resultado ainda mais apocalíptico. Infelizmente, por falta de uma lei
específica, os alunos reprovados ainda não poderão ser impedidos de exercer a
profissão. Isso é uma tragédia para a sociedade, a prova deveria ser
eliminatória e nacional. Muitos alegam que um exame teórico não é capaz de
avaliar um médico, uma vez que a arte hipocrática é complexa e eminentemente
prática, e que um teste como esse é injusto, pois isenta de culpa as más
faculdades. Mas, como veremos, esses argumentos não se sustentam. Um teste
teórico realmente não é a melhor forma de se avaliar um médico. Infelizmente,
um médico que decorou os livros sem nunca pisar num hospital pode ser aprovado
sem verdadeiramente saber exercer a Medicina, mas o contrário é impossível. É
ridículo acreditar que alguém que não domine o mínimo da teoria saiba atuar na
prática, esse é um raciocínio absurdo. O argumento de que o exame pune apenas o
estudante é legítimo, porém insuficiente. A intenção do exame é dar segurança
aos pacientes, e isso só pode ser feito avaliando o aluno, uma vez que, por melhor
que seja a faculdade, sempre existirão alunos ruins em todas as instituições.
Fechar faculdades ruins é necessário, mas não garante a exclusão dos
profissionais mais despreparados. Apenas os que não se preocupam com a saúde do
povo mais pobre, usuário do Sistema Único de Saúde (SUS), se opõem ao exame,
pois sabem que é para lá que vão os “não barrados”. Que os governos em geral
tenham essa posição é esperado. Agora, que muitos estudantes e médicos formados
assim se posicionem, diz mais sobre eles mesmos do que gostaríamos de saber.
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