Jozimar e Cuma estão mancomunados no que há de mais deficiente nos serviços públicos de Saúde de Itabuna! |
Tão feia e
preocupante quanto o crônico caos na saúde pública de Itabuna, é a radiografia
do sistema feita pelos órgãos públicos de fiscalização, onde processos apontam
irregularidades e desperdícios de recursos. Atendimento ruim e falta de
infraestrutura nos postos de saúde e hospital regional e deficiência nos
serviços clínicos, compõem o retrato da saúde pública em Itabuna. A falta de
recursos não é a principal causa desses problemas, e sim a má gestão; A má
aplicação dos recursos públicos. Um simples levantamento sobre os acontecimentos
no setor, é uma chave essencial para ajudar a entender as razões que levam os itabunenses
a penar em corredores, ambulatórios e enfermarias do Sistema Único de Saúde
(SUS). Num quadro em que se misturam mau atendimento, déficit de profissionais,
desleixos e irresponsabilidades, revela-se uma realidade inquestionável: talvez
mais do que a falta de verbas, alegação sempre presente quando se trata de
“justificar” a ineficiência da rede oficial, a estrutura sofre do mal
generalizado de gestão inepta. Este nosso diagnóstico se baseia em exemplos
absurdos, que revelam nítidos problemas de administração, como a destinação
inadequada de equipamentos. Há casos em que aparelhos odontológicos permanecem
encaixotados, portanto sem uso; ou de equipamentos inativos porque a unidade de
saúde pública não dispunha de sala onde a pudesse instalar; ou ainda o de um
aparelho também inoperante à espera da ampliação da rede de energia e
contratação de pessoal. São evidências gritantes de inaptidão gerencial, que se
juntam a demandas crônicas, algumas até ditadas por problemas de verbas, principalmente
por sua má aplicação, como déficit e excesso de pessoal e redução acentuada do
número de leitos oferecidos pelos SUS. É bem verdade que, neste quesito, o
fenômeno não está circunscrito a Itabuna, mas o fato é que, em comparação com a
maioria dos demais municípios baianos, é desabonador o perfil de Itabuna, à
frente apenas de uma dezena de outras cidades na relação leitos/população. Há
outros dados igualmente preocupantes, como superlotação das emergências das
unidades básicas e hospitalares e a dramática situação de deficiência de leitos
de UTI para a população usuária do sistema público. Um levantamento eficaz do
Ministério Público e da Câmara Municipal, é roteiro necessário para que sejam
estudadas as mazelas dos serviços de Saúde Pública em Itabuna, com as lentes da
realidade de uma rede pública ineficiente, desmontando a ideia de que mais
verba seria uma panaceia, quando o que se tem é uma falência múltipla de
gerenciamento. Isto sim, pode ajuda a dar a medida do custo social dessa
insensibilidade.
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