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20 de junho de 2019

DEVEMOS TORCER E QUERER QUE CUMA PARE DE SER O CALO NO PÉ DO POVO

É necessário Cuma ressuscitar para Itabuna sobreviver!

Uma das grandes entre as pequenas questões em torno do governo do prefeito Fernando Gomes (Cuma) e do futuro de Itabuna e dos itabunenses, é a seguinte: “E aí, vai mesmo torcer contra Itabuna?” Por torcer contra Itabuna entenda-se: torcer contra Cuma. Itabuna é Cuma, Cuma é Itabuna. Ame-o ou deixe-o. Resolvi pensar sobre o assunto. Essa pergunta teria de ser desmembrada em duas outras, subjacentes. A primeira: torcer contra determinado governo, ou governante, ou modo de governar – é, necessariamente, torcer contra a cidade? A segunda: você, seja lá quem for, torceria sinceramente pelo seu adversário, caso tivesse sido dele, a vitória? Não gosto dessa identificação entre prefeito e prefeitura, entre aliado e adversário e, principalmente, entre governo e município. Não torço contra Itabuna porque moro nela, minha família mora nela, aqui vivemos e aqui, provavelmente, morreremos. Nem por isso me sinto moralmente obrigado a torcer a favor de certo governo, ou governante, ou modo de governar. Parece contraditório, mas não é. Cuma representa a si mesmo, mais do que Itabuna. No caso das eleições, por exemplo, em que ele conquistou seu quinto mandato, se é verdade que mais de 34 mil pessoas votaram nele, é também verdade que outras quase 50 mil não votaram. Isso conta ou deveria contar, numa democracia. Democracia não é exatamente o governo da maioria, mas de uma minoria que é um pouco mais numerosa do que as outras minorias. A soma de todas as minorias que perderam é maior do que a minoria que venceu. Estou, portanto, confessando que torço contra o governo de Cuma? Nem por isso. O caso, e isso é outra nuance, não é de torcer, mas de criticar sem boa vontade. De olhar com menos condescendência e simpatia para um governante em quem não votei. Se eu tivesse boa vontade para com ele, teria votado nele. Não votei. Estou pronto para dizer “Olha lá, eu não avisei?” à primeira besteira que ele fizer. Isso é compreensível. Eu critico e criticarei Cuma porque não vejo nele as qualidades que outros veem. E aqui chegamos à segunda pergunta: todos esses fernandistas que hoje torcem por Itabuna – ou seja: votaram no Cuma e torcem por ele –, também torceram para que o corrupto Geraldo cabeça de Pitu fizesse um bom governo? Os fernandistas torceram para um ótimo governo do PT? Torceriam novamente? Sim, eu sei, há as mazelas que foram cometidas. Mas imaginemos antes – antes das incorreções, antes de tudo, quando Geraldo era uma figura tão controversa, porém idônea penalmente: naquela época, se pudessem voltar no tempo, torceriam por ele? Fernandistas não. Não votaram nele e nem torceram nem torceriam por ele. Geraldo sempre representou uma visão de mundo, um conjunto de valores que nunca foram os dos fernandistas. A antipatia era, e é, pessoal, política, partidária e ideológica. Queriam mais era que ele se danasse, que cometesse erros, que trocasse os pés pelas mãos – tudo para que caísse, tudo para que fracassasse, tudo para que eu pudesse dizer, cedo ou tarde: “Olha lá, eu não avisei?” Aqui, volto ao princípio: por acaso prefeitura é prefeito? Cuma é poder? Fernandistas e geraldistas são Itabuna? Perigosa, essa confusão entre acidente e substância. Portanto, prefiramos torcer para que Cuma não erre tanto, porque governa a cidade em que vivo, mas que sua visão de Itabuna – que considero precária; uma versão à direita da precariedade de Geraldo – não se perpetue. Que ele comece a fazer um governo bom ou razoável, mas que Itabuna siga sem ele o mais rápido que puder. Até porque, convenhamos, fazer um governo bom ou razoável depois de governos tão ruins, quanto os anteriores, não é mérito. É o mínimo que se espera.

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