Prefeitura Itabuna

Câmara Itabuna

Câmara Itabuna

16 de junho de 2019

A EMASA NÃO CUIDA DAS NOSSAS ÁGUAS E NEM TRATA NOSSOS ESGOTOS

Cuma quer vender a Emasa para tirar a prefeitura do buraco!

O acesso à água potável e ao saneamento básico foram reconhecidos como direito do ser humano pela Organização das Nações Unidas. A resolução declara que “o direito a uma água potável, limpa e de qualidade e a instalações sanitárias é um direito humano, indispensável para gozar plenamente do direito à vida”. No entanto, milhares de pessoas em Itabuna não têm acesso a água potável e outras milhares não dispõem de instalações sanitárias adequadas. Serviço absolutamente essencial, a coleta e o tratamento de esgoto tem sido deixados de lado por sucessivos governos. Para uma cidade que é a maior do sul da Bahia, essa situação é inaceitável, principalmente porque quem tem mais sofrido com essa situação são as crianças. A inexistência de rede de distribuição de água potável, associada à falta de coleta e de tratamento de esgoto, cria um ambiente insalubre que propicia o desenvolvimento de doenças fatais. O que mais surpreende no esgoto é o seu poder destruidor, sua capacidade de atuar em todo os bairros da cidade e de se infiltrar em todos os níveis da sociedade. O bairro Góes Calmon não possui um só metro de tratamento de esgoto, embora seus moradores pagam 70% para esses serviços não prestados pela Empresa Municipal de Água e Saneamento (Emasa). A imagem de crianças brincando em meio aos esgotos e lixo a céu aberto é tocante aos olhos de qualquer um. Existem bairros como o Nova Esperança, Santa Clara, Monte Cristo, Corbiniano freires e dezenas de outros, onde esse problema existe em quase todas suas ruas e praças. O principal impacto disso, ou melhor, o impacto mais visível dessa cena é a diarréia. Os pais levam a criança ao posto de saúde com dores abdominais e o médico faz o diagnóstico de parasitose; descreve o tratamento recomendando a ingestão de um medicamento antibiótico e soro. A criança toma o medicamento como prescrito, mas já na próxima visita ao médico retorna com o mesmo problema. Depois de três ou quatro crises de diarréia, a criança cria imunidade e, então, desde que haja uma boa nutrição, as diarréias parecem ficar menos importantes, uma vez que a criança se recupera bem. Apesar de mínimas, este quadro freqüente de diarréias deixa seqüelas a médio e longo prazo. Além das diarréias e outras infecções causadas pela falta de coleta e de tratamento de esgoto, outras doenças prejudicam o desenvolvimento e condenam essas crianças em longo prazo. Se pegarmos crianças de 0 a 5 anos, os danos são ainda maiores: são permanentes.  Trata-se de doenças toxicológicas causadas pela contaminação por substâncias químicas vindas de causas e produtos diversos, tais como a lata de refrigerante, a lata de tinta, garrafas PET, óleo de cozinha, sacolas plásticas, entre outros objetos que são lançados diariamente no rio Cachoeira, seus afluentes e nos esgotos a céu aberto das comunidades carentes em toda a cidade. É despejado, diariamente, mais de 85% de esgoto sem tratamento algum, contaminando solo, rio Cachoeira e mananciais, com impactos diretos à saúde da população itabunense. Engana-se quem pensa que os impactos da concentração de lixo nos esgotos a céu aberto e no rio Cachoeira afeta apenas a saúde daqueles que moram nas comunidades carentes. Grande parte dessas substâncias tóxicas que estão concentradas nos esgotos a céu aberto são voláteis e evaporam levando o “problema” para uma área muito maior. Veja só: todos os anos, no início do ano, nossas cidades sofrem com as enchentes. Imagine você, que trafega pelas redondezas do rio Cachoeira e seus córregos, por exemplo, ou de qualquer canal da cidade. Com as chuvas, todo aquele esgoto que está sendo jogado direto no rio irá evaporar e você irá respirar esse ar contaminado pelas substâncias químicas. Não há escolha, você pode estar na parte rica ou pobre de Itabuna, mas você será atingido por esse verdadeiro inimigo invisível. Infelizmente, nossos governantes ainda têm uma visão míope sobre a questão do saneamento básico: constroem teatro e centro de convenções enormes para artes e cultura e esquecem de investir em uma área que é fundamental, que representa um investimento, que no futuro irá refletir em uma economia enorme que é, por exemplo, a de não ter que cuidar de uma criança com deficiência mental, intelectual, imunológica ou de saúde decorrente da exposição a substâncias químicas que permeiam o nosso país. A sociedade itabunense precisa estar alerta que o problema toxicológico causado pela falta de coleta e tratamento de esgoto e que não está restrita apenas às comunidades carentes. Basta um vento mais forte ou uma chuva para carregar as substâncias tóxicas para muito mais longe, contaminando e condenando, em porções homeopáticas, toda a sociedade. Tais substâncias, despejadas diariamente em nossos rios pelos esgotos, são um verdadeiro inimigo invisível. A sociedade deve se unir e cobrar de seus políticos e governantes um olhar mais atento e investimentos prioritários na coleta e tratamento de esgoto devem ser feitos para garantir qualidade de vida à nossa população e, principalmente, às nossas futuras gerações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente no blog do Val Cabral.

Publicidade: