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27 de fevereiro de 2019

A IMPRENSA COMO ESTÍMULO, INVOLUNTÁRIO, DO FEMINICÍDIO

O sensacionalismo das reportagens da brutalidade de Luiz Felipe
contra a esposa Tatiane, fez aumentar o feminicídio dias depois!

A jovem advogada Tatiane Spitzner, que foi espancada, torturada e atirada pelo marido, Luis Felipe Manvailer, do quarto andar de um prédio no município de Guarapuava em 22 de julho de 2018, foi um crime horrível, tendo a câmera de segurança filmado, e disponibilizado às imagens posteriormente. Pois bem. Uma semana após a ocorrência desse delito, outra mulher foi atirada do terceiro andar pelo companheiro. Outras mulheres passaram a relatar que sofreram ameaças de serem arremessadas, também, pelos ex-companheiros. O efeito cascata em algumas situações fica totalmente visível, piorando sobremaneira as violências domésticas a que as mulheres se sujeitam. O padrão passa à repetição nefasta, piorando as diversas violências a que mulheres ficam exposta. O jornalismo tem papel muito importante na divulgação de fatos descritos como delitos de violência doméstica e familiar. É preciso que as manchetes das notícias sejam preparadas para impactar o crime de violência doméstica e familiar mostrando a realidade, a fim trabalhar a prevenção. Na violência doméstica e familiar é importante que critérios sejam seguidos, no afã de se evitar citado resultado. Evitar detalhes ou omitir elementos que venham a despertar a sanha do agressor é uma forma de impedimento em desencadear processo imitativo. O impacto em mentes voltadas para a violência, e mais, na violência contra as mulheres, mostra que não falar de maneira sensacionalista é melhor. A sensibilidade no trato é o melhor caminho. Não trazer fotografias para as matérias jornalísticas, ou vídeos da vítima também se perfaz em forma preventiva de possível repetição. É importante mostrar o arrependimento do agressor e a pena para o delito, por exemplo. Em momento algum, um homem que agrediu ou matou sua companheira pode ser tratado como alguém que agiu por amor, aliás, muito pelo contrário. A matéria pode trazer incentivos aos agressores de que a história trágica poderia ter ocorrido de modo diverso, com cada qual levando a vida tranquilamente, sem que alguém tivesse cometido assassinato. Falar que as separações acontecem todos os dias, minimiza a vontade daquele que não se conforma com o término do relacionamento, levando-se em consideração que esse é o maior motivo dos homens para cometer feminicídio contra as companheiras. Expressar corretamente as emoções pode diminuir problemas que, por ora, são de difícil solução.

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