Janaina Paschoal, a deputada estadual de 2 milhões de votos |
Eleita com dois milhões de votos deputada estadual
por São Paulo e confiante na derrota do PT nas eleições presidenciais para Jair
Bolsonaro (PSL), Janaina Paschoal não contém sua felicidade. Em entrevista à
BBC News Brasil, fica evidente também sua surpresa com o enorme assédio após a
eleição. Desde que conquistou seu mandato com votação recorde para o cargo,
embalada pelo reconhecimento pela atuação no impeachment de Dilma Rousseff
(PT), ela não para de receber ligações pedindo emprego e apoio político. “É
surreal”, diz, aos risos. Sua equipe de gabinete, ela pretende montar
“tecnicamente”. Por isso, todos que a procuram são orientados a encaminhar o
currículo. Já o apoio político ela reserva apenas a Bolsonaro. Na disputa pelo
governo de São Paulo, que está sendo travada em segundo turno por João Doria
(PSDB) e Márcio França (PSB), decidiu ficar neutra, pois quer ter independência
para fiscalizar o que for eleito. E espera que a votação expressiva lhe garanta
apoio para presidir a Assembleia Legislativa, mesmo sem realizar qualquer
articulação política. Sua confiança também é grande na vitória de Bolsonaro,
que lidera com folga as pesquisas de intenção de voto. Janaina não vê ameaça à
candidatura na ação movida pelo PT após denúncias de uso ilegal do WhatsApp
para propaganda eleitoral, veiculada pelo jornal Folha de S.Paulo. “A ação é
uma piada, não tem nada. (…) Como é que cria um pânico na população sem
fundamento nenhum? Isso sim é crime”, acusou. Caso Bolsonaro seja confirmado
presidente, Janaina dispensa qualquer cargo e defende a nomeação do juiz
federal Sergio Moro para o STF (Supremo Tribunal Federal). Apesar de críticos
verem o candidato como “uma ameaça à democracia”, a jurista rechaça que
Bolsonaro seja autoritário e diz que ele governará para a “pluralidade”. Por
outro lado, ao ser confrontada com suas declarações de incentivo à violência,
deixa claro seu distanciamento. “Eu tenho pedido ponderação desde sempre. Não
sou o que se possa chamar de uma bolsonarista. (…) Passei a apoiá-lo porque não
quero o PT de volta e vi nele a força suficiente para fazer frente a isso,
força que não vi nos outros”, contou.
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