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21 de agosto de 2018

BENÉ E SUA PERSONALIDADE INSANA E INEXORÁVEL

Nem sempre Bené é Bené, com suas crises existenciais!
Todo mundo conhece. Personagem do cotidiano, polêmico, controverso, irrequieto... aqui e ali a gente depara com ele: Ederivaldo Benedito, o Bené: jornalista, radialista, blogueiro, barnabé, poeta, escritor e heterrosexual assumido. E sua preocupação fundamental: fazer crer que é confiável, afável e generoso. No que obtém sucesso junto aos mais distraídos. Esses que o confundem com o autenticamente lúcido e coerente, por não estarem atentos a uma diferença elementar entre os dois: a realidade. Enquanto o Ederivaldo coopera com naturalidade e tira sua paga da satisfação com a própria atitude, o Bené é um impostor. Apesar do discurso e até das ações aparentemente desprendidas, ele não é um altruísta, mas um comerciante. E o lucro que persegue é a sua imagem pública de beneficente – expediente que nega com todas as forças, inclusive para si próprio, já que a inconsciência é sempre parte da sua psicopatologia. Em sua história, Bené traz confusões estruturais. É consequência daqueles ambientes que não toleram o erro e não confiam no livre processo de aprendizado, o privando de entrar em contato com suas emoções, especialmente a tristeza e a raiva. O que acarreta um drama psíquico para sua personalidade, além de um golpe indelével na sua autoestima: “Se eu for o que eu sou, se eu expressar o que de fato sinto, ninguém me aceitará. Então devo fingir”, reflete inconscientemente. Ocorre que, sem conhecer seus contrastes e paisagens interiores, ninguém identifica seu valor pessoal e nem consegue ter notícia dos seus legítimos anseios. Como, então, poderia defendê-los aberta e serenamente? Na verdade, quanto mais reprimido for, mais ardilosamente agirá em suas manobras ocultas. Bené é indecifrável. E, enquanto confinado em seu cativeiro emocional, desprovido de referências comportamentais significativas, Bené segue enganado, imaturo e frustrado, sem possibilidade de ver florescer em si a autenticidade, a responsabilidade pelo autodesenvolvimento e uma gratificação existencial mais profunda. Bené em suas crises existenciais, teima em querer acreditar, que Bené é Bené. Mas esse conflito patológico não mora tão longe de si mesmo. Bené e Ederivaldo Benedito se locupletam da falta de seus próprios limites.  É bem comum que os seres humanos carreguemos, ao menos eventualmente, essa máscara. Importa inspecionar tal manifestação, investigar sua origem e dinâmica, compreendendo que apenas o descontentamento com a própria vida pode mobilizar para um modo de ser mais espontâneo e estimulante. De qualquer modo, o mundo precisa de benevolência. Quem não gosta de ser diferente e controverso? Quem não se sente acolhido por uma fração de atenção? A quem não conforta o ego? Diante dessa realidade, o desafio que cabe a Bené é acolher sua escuridão humana e tornar-se artífice da própria auto-estima e realidade.

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