Não há respeito ao direito, quando seus acessos são negados! |
Quase todos os dias tem empresas deixando
de operar em Itabuna. Este fato provoca tristeza na maior cidade sulbaiana
onde, na verdade, estas falências não são tão raras e geral centenas de
desempregados. Placas de aluga-se e vende-se são vistas por várias ruas do
local que já teve um movimento absurdo. Só na avenida do Cinquentenário, contei
26 pontos comerciais com placas de alugar-se e vende-se. Muitas empresas e
indústrias lutam para ficar, mas quem sabe até quando vai a história de cada
uma. Histórias que se repetem no centro de Itabuna e seus bairros de periferia.
Comércios fechados são vistos por toda a cidade. Muitos tomados por usuários de
drogas, prédio destruídos, depredados. Dos anúncios dos amigos que estavam
abrindo um negócio e o pedido para que divulgassem, hoje os pedidos são, na
maioria das vezes, para avisar se souber de um emprego. Mas os anúncios de
emprego são cada vez mais raros. Mesmo que os números não mostrem, os fatos
indicam que as coisas não andam lá nada muito bem. Pelo menos para a parcela
que não é mais rica da sociedade. Cada vez que uma empresa fecha não perdem o
emprego apenas os funcionários ligados a ela. São muitos os empregos indiretos
que sofrem a pancada também. E os reflexos vão muito além dos funcionários que
perdem o emprego. Eles chegam às famílias. Sem um salário, um trabalhador não
consegue manter a família estruturada. Contas vencendo, dívidas e mais dívidas,
empréstimos. Uma realidade de muitas famílias que, por vezes, acabam se
desfazendo. Os empresários cobram o governo. Cobram uma carga tributária mais
justa, menos burocracia, incentivos, entre outras questões fundamentais para
que possam continuar com suas atividades, garantindo empregos e geração de
renda. O governo diz que já fez e faz demais. Só que se alguma coisa a mais não
for feita, mais empresas vão fechar, mais trabalhadores ficarão sem emprego,
menos renda será gerada. É um ciclo perigoso. O homem precisa trabalhar.
Precisa levantar cedo e ter funções para cumprir. Ir para o serviço, ter suas
tarefas e cumpri-las. Sem deveres, compromissos, o que se torna o ser humano? Sem
dinheiro, sem função, sem compromissos, cresce a criminalidade. É uma questão
de lógica. Todos precisam comer, vestir, morar. Infelizmente, a realidade não é
essa. Aquele lindo texto, chamado de Constituição Federal, que diz que todos
são iguais perante a lei, que todos têm direito à saúde, educação e segurança,
está tão arcaico, que parece do século passado. Ter direito é ter acesso.
Direito no papel não é direito, é falácia. Direito é chegar ao hospital e ser
atendido, bem atendido. É ter seus filhos na escola estudando. É não ter sua
casa invadida, seu carro levado. É ter um emprego digno para pagar suas contas
e viver em paz com sua família. E, para tudo isso, a sociedade precisa que as
empresas, indústrias e comércio continuem de portas abertas. Claro que muitos
têm lições a apreender em relação aos trabalhadores, mas o primeiro passo é que
a renda continue sendo gerada.
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