A necessidade de auto-afirmação constante só demonstra que você não tem certeza de suas convicções! |
Tudo começa lá no passado, tanto
desta como de outras vidas. E isso porque quando nos damos conta – ou seja,
quando conseguimos reconhecer que nossa autoestima está baixa é porque,
evidentemente, ela já está instalada no nosso sistema há muito tempo, como um
vírus de computador que, por ter estragado vários programas, denuncia sua
presença. E, assim como o vírus, a baixa autoestima altera o funcionamento de
nosso sistema. Uma vez que se torna um fato interior, ela vira uma maneira de
perceber a si próprios e de viver a vida, uma forma de interpretar os fatos
pessoais e sociais, uma forma de fazer escolhas (ou de não fazê-las), um modo
de se relacionar e de definir o próprio futuro profissional. Aconteceu que, em
algum momento, você foi aprendendo que o que você tinha a dizer e o que você
sentia não era importante. Essa foi sua conclusão, pelo menos, ao ver as
reações dos outros à sua volta. Esta foi a interpretação que sua alma deu aos
comportamentos alheios. A baixa autoestima começou quando ninguém lhe prestava
atenção, o motivo não importa. O que marca e deixa rastros é a experiência.
Quando as pessoas próximas, familiares e queridas, de cuja validação precisamos
para nos sentirmos aceitos e amados, se importam com o que pensamos e sentimos
perdemos valor próprio. Podem nos mandarem calar a boca ou simplesmente nos
ignoram, mudam de assunto, desconsideram e minimizam: dá no mesmo porque nos
fazem duvidar de nós. Às vezes, isso acontece porque essas pessoas queridas
estão tomadas por seus próprios problemas e não se dão conta de nos machucarem.
Outras, porque essas mesmas pessoas repetem conosco o que elas mesmas viveram e
aprenderam – ou seja, replicam em nós sua baixa autoestima. Outras vezes,
enfim, porque não gostam da gente, de como somos, de nossa personalidade, de
nosso cabelo ou sorriso, de nossas ideias ou alegria, ou perguntas. Algo em nós
incomoda. Gostar não se controla, se gosta ou não se gosta e nem sempre depende
do que fazemos (ou não fazemos). Assim, numa situação de dependência afetiva,
ou seja, de depender da aprovação alheia para nos sentirmos bem conosco, não
recebendo essa “benção” nos sentimos desvalidados. Concluímos que não
merecemos. Não merecemos porque, portanto, não temos valor. Se quem amamos não
nos dá valor... “é porque não temos mesmo”, certo? Assim raciocina uma criança,
e todos fomos crianças. Essa é a conclusão imediata que afunda a estima que
temos de nós. Quando nossas verdades hão de ser caladas é inevitável que nossa
autoestima seja diretamente afetada. Assim, aprendemos que só podemos expressar
o que os outros vão aceitar, o que o contexto no qual vivemos considera válido.
Fingimos concordar, queremos poder concordar. Já que as pessoas queridas de
nossa vida (por exemplo, os pais) não dão valor a certas coisas deve ser que elas
não têm... Mas, então, por que continuam a aparecer em nossa mente querendo ser
pensadas? Nasce o conflito interno, que aumenta a dúvida interna: quem tem
razão? Por que somos diferentes? Por que sentimos o que sentimos? O que
significa? Sem respostas, mas com a angústia aumentada tentamos esquecer e
levar adiante a vida. Assumimos o lado “dos outros”, e colocamos num baú nossas
verdades. Por Adriana Tanese Nogueira.
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