A didática não tem semeado bons frutos para nossos jovens! |
O perfil dos jovens nascidos
entre 1994 e 2010, tem transformado a forma como se faz educação. Não obstante,
educadores e instituições ainda não parecem estar no mesmo ritmo das mudanças
do tempo atual, e continuam adotando práticas tradicionalistas, que provavelmente
não serão decisivas para os desafios que o futuro do mercado de trabalho
reserva. A educação está em um campo da sociedade estritamente relacionada com
o futuro. É por meio da construção do conhecimento e do desenvolvimento das
capacidades que as crianças e os jovens se preparam para ocupar as posições de
trabalho que hoje são desempenhadas pelos mais velhos. Há, portanto, uma
importantíssima relação de causa e efeito neste contexto. É algo grandioso, mas
que causa uma certa apreensão, afinal, como há uma grande parcela de incerteza
em relação ao futuro para o qual se caminha, torna-se difícil definir quais os
melhores paradigmas, as matérias mais apropriadas e as competências a serem
apresentadas ao jovem contemporâneo. Algumas aptidões, que à luz das intensas
transformações da atualidade passam a ser consideradas importantes na formação
dos alunos, hoje sequer tem correspondência no conteúdo programático da
alfabetização básica, como português e matemática. São as chamadas habilidades
de aprendizagem social e emocional, talentos que ainda estão fora, mas já são
apontados como essenciais nos dias de hoje, pois liberam a criatividade,
desenvolvem a comunicação e colaboram para aprimorar o processo de resolução de
problemas. Jovens com esse conjunto de destrezas, que conjugam técnica e
emoção, terão melhores condições de atuar em um mercado de trabalho cada vez
mais influenciado pela tecnologia digital. Ainda que o modelo escolar atual
esteja em desconformidade e desafiado pelas mudanças impostas pela
pós-modernidade digital, que exige todo um novo conceito de conhecimento e
trabalho, não é possível ignorar a importância do ensino considerado
"clássico", já que foi este o modelo que nos trouxe até aqui. Mas a
evolução da sociedade, especialmente a partir dos anos oitenta, mostra de forma
evidente que o Brasil, mas também vários outros países emergentes ou
desenvolvidos, estão em uma encruzilhada na área da educação. Diante de tantas
incertezas quanto a melhor metodologia a ser adotada e qual tipo preciso de
conteúdo a ser ministrado, para subsidiar os jovens de hoje com o cabedal de
saberes necessários para o futuro, talvez o melhor seja procurar garantir a
melhor educação possível hoje. De forma simplória, isto significa transmitir os
conhecimentos com esmero, em meio a ambientes saudáveis e inspiradores. Esse
contexto educacional edificante proporciona ao aluno condições para
desenvolver, tornar-se cidadão, e enfrentar o intenso ritmo de mudanças da
atualidade.
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