É a intenção, e não a doação, que faz o doador! |
Durante uma palestra que assisti recentemente e Salvador, um homem alto e de
voz firme entrou na sala para dar um recado aos presentes ali. Eu era um dos
ouvintes. O homem tinha uma proposta simples: seja doador de medula óssea. Ele
falou por alguns minutos sobre o procedimento e de como aquele gesto poderia
salvar vidas. Por algum motivo, eu adquiri um tipo de pavor à agulha ao longo
da vida. Eu sei que é um medo bobo, mas é real para mim e realmente me
incomoda. Ouvir aquele homem citar nomes, falar de pacientes que ele conhece e
esperam por um doador compatível me encheu de compaixão. Muitos dos que estão
na fila de espera são crianças. Pensei muito antes de preencher a ficha
cadastral, pois é preciso estar ciente que aquilo é algo importante. Digo isso,
porque já soube de pessoas que desistem ao serem chamadas para fazer a doação.
Essa atitude tira a esperança e a chance dos pacientes que tanto precisam. Com
as mãos suadas e um pouco de nervosismo, eu preenchi a ficha e fiz a coleta de
sangue para me colocar no cadastro nacional de doador de medula óssea. Estava
assustado, mas não recuei um passo se quer. O transplante de medula óssea é um
procedimento rápido, como uma transfusão de sangue. Sabendo disso, não há o que
temer. Essa medula coletada é rica em células chamadas progenitoras que, uma
vez na corrente sanguínea, circulam e vão se alojar na medula óssea, onde se
desenvolvem. Depois de passar pelo tratamento, que destruirá sua própria
medula, o paciente receberá as células da medula sadia de um doador, que pode
ser eu ou você. Esse procedimento acontece sem nenhum custo para o doador. Se
você ainda não é cadastrado, procure o Hemocentro em Salvador e o faça. Eles
vão coletar um pouquinho de sangue para ser analisado. Não é preciso estar em
jejum. Seja um doador. Afinal, a vida tem mais sentido quando ajudamos uns aos
outros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente no blog do Val Cabral.