Os próprios petistas presos denunciam o quanto o PT é uma máfia |
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em
denúncia encaminhada ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo
Tribunal Federal (STF), afirmou que o ex-ministro Antonio Palocci solicitou US$
40 milhões à Odebrecht para dar "perenidade" a "relação
criminosa entabulada já no início do primeiro mandato do ex-presidente
Lula". Os dois, junto com a senadora Gleisi Hoffmann e seu marido, o
ex-ministro Paulo Bernardo, foram denunciados por corrupção passiva. Já o
empresário Marcelo Odebrecht teria praticado corrupção ativa. Raquel
sustenta que Palocci era o responsável por gerenciar os recursos arrecadados de
vantagens indevidas "no interesse do Partido dos Trabalhadores" entre
2008 e 2011, tendo sido substituído por Guido Mantega depois. "A
contrapartida pretendida pelos corruptores era o trabalho de agentes políticos
em prol da agenda que a Odebrecht tinha com o governo federal", traz a
documentação. Essa conta administrada por Palocci era referente às linhas de
crédito Brasil-Angola, do BNDES. A PGR sustenta que o aval do ex-presidente
Lula foi "determinante" para o BNDES ampliar para US$ 1 bilhão a
linha de financiamento, que beneficiou a Odebrecht e outras empresas. Raquel
Dodge aponta que o aumento da linha de crédito "teve seu preço ilícito
pago sob a forma de vantagem indevida" a integrantes do PT. Em nota,
a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que a PGR
atua de "maneira irresponsável" ao formalizar denúncia contra ela
"sem provas, a partir de delações negociadas com criminosos em troca de
benefícios penais e financeiros". Pelo Twitter, ela disse ainda que a
denúncia foi apresentada no momento em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, que considera ter sido preso "ilegalmente", lidera pesquisas
de intenção de voto como pré-candidato à Presidência da República. Gleisi
também lamentou a "irresponsabilidade da PGR em agir com esse
denuncismo". "O Ministério Público tenta criminalizar ações de
governo, citando fatos sem o menor relacionamento, de forma a atingir o PT e
seus dirigentes", escreveu Gleisi na nota divulgada pela assessoria. A
senadora defendeu também que, "além de falsas, as acusações são
incongruentes, pois tentam ligar decisões de 2010 a uma campanha eleitoral da
senadora Gleisi Hoffmann em 2014". "A denúncia irresponsável da PGR
vem no momento em que o ex-presidente Lula, mesmo preso ilegalmente, lidera
todas as pesquisas para ser eleito o próximo presidente pela vontade do povo
brasileiro." A defesa de Antônio Palocci informou que só se
manifestará quanto ao teor dessa nova acusação após ter acesso à
denúncia. A defesa de Lula disse que analisará o caso antes de se
pronunciar. Em nota, a defesa de Marcelo Odebrecht reafirmou "o seu
compromisso contínuo no esclarecimento dos fatos já relatados em seu acordo de
colaboração e permanece à disposição da Justiça para ajudar no que for
necessário". A Odebrecht, por sua vez, reiterou que está colaborando
com a Justiça no Brasil e nos países em que atua. Por Luiz Fernando Teixeira.
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