Facções criminosas matam em Itabuna, porque demonstram terem muito mais força e presença física, que o Estado. |
Os brutais assassinatos de jovens em
Itabuna, não tem como responsável o Estado, mas exatamente o seu contrário: a
ausência do Estado. A Bahia e o Brasil vivem um processo de esfrangalhamento
das suas instituições fundamentais. Qualquer país que almeje ser civilizado e,
como o Brasil, candidato a potência internacional no tabuleiro das grandes
nações, precisa de 4 fatores: um Estado forte, a democracia efetiva,
consolidada com os Poderes institucionais equilibrados, uma indústria dinâmica
e competitiva, uma sociedade razoavelmente consciente do seu protagonismo. Hoje,
temos uma nação com suas instituições esgarçadas onde predominam os interesses
das corporações em detrimento do Estado-nação. E uma Bahia onde o Estado
pretere investimentos em segurança e esbanja muito maior volume de gastos com
propaganda. Além destes fatos, temos uma sociedade “pilhada” diuturnamente e
fake news, em que predomina a pauta de um contra todos e todos contra qualquer
um, num tipo de ódio galopante, que atinge os setores médios da sociedade. E uma
economia em crise onde áreas estratégicas são abatidas em cumplicidade com
grupos que mais parecem organizações criminosas como a máfia. Os brutais
assassinatos de jovens itabunenses, sem as repercussões de homicídios que
ocorrem no Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, não há como serem entendidos
fora desse cenário. O que mais resulta de indignação nas centenas de assassinatos
que acontecem todos os anos em Itabuna, é o fato de mais de 90% desses crimes
estarem no rol dos insolúveis. E esta impunidade deve merecer os esforços que
faltaram para evita-los. Caso contrário não há justiça, fica a impunidade, além
da guerra generalizada de facções e raios que infernizam Itabuna. E as vidas de
jovens, irremediavelmente, perdidas.
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