A frouxidão de Neto fez os vovôs da oposição entrarem em cena |
A
ausência de ACM Neto (DEM) como candidato ao governo da Bahia em 2018 provocou,
desde a última sexta-feira (6), uma batalha entre os principais partidos que
compõem a oposição ao governador Rui Costa (PT). Em três dias, três legendas se
apresentaram dispostas a encabeçar a chapa adversária do petista e, até o
desenrolar da campanha, devem se engalfinhar para chegar a um consenso sob pena
de assistir a um baile de Rui nas urnas. O primeiro a ser citado foi o
ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (DEM). Escolhido por ACM Neto
para substituí-lo, Ronaldo enfrenta a rejeição do próprio grupo à decisão do
prefeito de Salvador em não lançar seu nome na disputa. O ex-prefeito da
Princesa do Sertão tem um nicho eleitoral bem delimitado na área de Feira e no
último pleito que se lançou em âmbito estadual, em 2010, amargou a quarta
posição na corrida pelo Senado. É pouco frente à visibilidade e à musculatura
política do governador candidato à reeleição. Outro político apresentado, dessa
vez pelo PSDB, foi o deputado federal João Gualberto, que preside a legenda na
Bahia. Muito bem avaliado no período em que esteve no comando da prefeitura de
Mata de São João – apesar de agora estar sendo alvo de inquérito no Supremo
Tribunal Federal exatamente por essa época -, Gualberto está no primeiro
mandato na Câmara e possui como grande trunfo o lastro financeiro para
participar da disputa. No entanto, se dinheiro é um grande incentivador para
campanha, isolado não ganha eleições. Além de DEM e PSDB, o PMDB resolveu fingir
que não existe uma história recente a macular o partido na Bahia: o bunker de
R$ 51 milhões que mantém o ex-ministro Geddel Vieira Lima na Papuda desde o mês
de setembro. Apresentou o atual presidente do partido, João Santana,
desvinculado de escândalos, para tentar se viabilizar como candidato a
governador em 2018. Como lideranças do DEM e do PSDB já apresentaram objeções a
uma coligação com o PMDB, Santana não chega a ter um potencial aglutinador
entre os adversários de Rui. Já o caso de Ronaldo e Gualberto sinaliza uma
consequência direta e imediata da desistência de ACM Neto em disputar o
governo: esfacelada, a oposição vai lutar entre si para não terminar acéfala e
sem um nome que, ao menos, possa provocar um debate eleitoral com o legado de
12 anos de comando do PT na Bahia. Por Fernando
Duarte.
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