Crises decorrem da sujeira causada por indivíduos indignos que estão infiltrados na política, governos e justiça. |
Desde
o final do ano passado, falamos em superação da crise política e econômica que
o Brasil ficou imerso nos últimos anos. Indicadores demonstram um cenário muito
melhor do que o de anos anteriores. São ótimas notícias. As melhores possíveis,
e que dão ânimo para termos um 2018 pautado em retomar um Brasil melhor, maior,
gigante pela própria natureza. Só que, antes de cogitarmos um ‘fim
épico’ para a crise, antes de acreditarmos estar colocando o último prego no
caixão dela, ainda precisamos lidar com alguma de suas consequências mais
cruéis. A falta de oportunidades e renda condenou milhões de brasileiros à
miséria, inúmeras famílias foram despedaçadas por filhos(as) que ingressaram no
mundo do trágico, o crime se fortaleceu até atingir o patamar de organizado, e
as instituições perderam força diante dele. Nossa crise não foi superada.
Pelo menos não enquanto criminosos Raios A, B e DPM se proclamarem donas de
periferias, e taxas de homicídios não pararem de crescer. Os números e cifras
podem ter melhorado, mas do que adianta um comércio, um varejo, uma indústria
ascendente em meio a um país atolado na insegurança? Do que adianta ‘não
estarmos em crise’ se nossos jovens preferem ser traficantes do que ser
trabalhadores assalariados? Falar de Segurança Pública é sinônimo de
problema em qualquer lugar do Brasil. Não adianta dizer que é coisa de Itabuna
ou de cidades menores. Portanto, falar em ‘fim da crise’ é bom. É uma esperança
de dias melhores no futuro. Mas isso não pode tirar o foco de que ainda temos
muito a superar. Não somos mais um Brasil da paz. Não somos mais a terra da paixão
pelo Carnaval ou pelo futebol. Hoje somos um país cruel, de corruptos, crimes
pesados, leis frouxas, e consumidor de drogas, muitas drogas. Isso é que
precisa mudar. Se não formos fortes o suficiente para essa mudança, então, a
crise será nossa eterna sina.
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