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22 de março de 2018

A TENDÊNCIA DOS “INOCENTES ÚTEIS” VOTAREM EM POLÍTICOS INÚTEIS

O Cururu logo verá, que o povo não é cego!
As pessoas estão por fora da realidade em que vivem. Esta constatação é um tanto óbvia, pois o fato é que não sabemos nada de nada. Somos uma gente campeã de ignorância, desconectada com a percepção da realidade local, nacional e internacional; dos debates morais acerca da ética, religião e política. Nossa especialidade é dominar assuntos de futebol, novelas e Big Brother. Boa parte da sociedade tem uma interpretação equivocada da realidade. Somos ignorantes. A tese mais racional é de que não estamos apenas despercebidos, mas somos induzidos a perceber com uma velocidade cada vez maior e complexa. Pessoas, fatos, comportamentos, vivências, e o conjunto das experiências de cada um, em cada cidade, em cada família, constituem uma grande espiral de percepções necessárias para compor um quadro da realidade objetiva. Notamos que, infelizmente, a política tem sido elaborada em um ambiente que favorece a ignorância. Para muitos políticos profissionais, grupos, lobistas e salteadores das verbas públicas, quanto menos interesse sobre um assunto, melhor. Os portais de transparência das gestões públicas são labirintos digitais que induzem o cidadão à impaciência de pesquisar qualquer coisa. É desta rebarba tosca da velha política que se nutrem os conchavos das empresas como a Biosanear, os megaprojetos de administração privada da UPA, as obras faraônicas de finalidades ocultas, e, o pior de todos os caminhos para o financiamento de candidaturas de parentes e aderente. Quando focamos em religião, filosofia, sociologia e temas afins, há um grande desestímulo à curiosidade e à criatividade. É onde a ignorância vai se consolidando através do sistema educacional e religião. Crer sempre foi mais difundido do que o saber. Não é à toa que temos poucos anos de compreensão da pesquisa e desenvolvimento em Ciência e Tecnologia como área estratégica das políticas públicas. Pode ser somente uma questão filosófica mesmo. O óbvio de tudo isso, é o que já ouvimos por aí desde os tempos de Sócrates: "Só sei que nada sei". O sistema não nos permite olhar o sistema e, para muitos, o único inferno possível é a ignorância humana. Muita gente só se deu conta do quanto é raso nosso conhecimento quando o compadre Washington repetiu na TV: hum, sabe nada, inocente!

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