Cuma fez a "vaca ir pro brejo", com dias tristes para o povo! |
O ser humano busca motivos
para viver, andar, correr e até dormir. Dizem os entendidos ser, a dor de
cotovelo, meio caminho para afogar, em um copo de bebida, as lembranças de
amores perdidos. Por que trabalhamos, lemos ou estudamos tanto? Alguns afirmam:
os pequenos ladrões roubam para comer, os grandes, principalmente os investidos
em poder, fazem-no por ganância, sempre querendo mais, buscando as ferramentas
necessárias para subjugar seus semelhantes. Recordo quando, assistindo
filmes no cinema, encantava-me com a beleza das atrizes e sonhava conhecer uma
bela morena para me fazer feliz, sorrindo e me emprestando alegria, mesmo em
momentos de tristeza. Buscava um motivo de escrever, sentado defronte a
uma folha em branco e, como um náufrago, incentivado pela visão de um pássaro,
motivando-o a seguir ou por um pedaço de madeira talvez antes pertencido à
cauda de um piano de onde belas músicas eram extraídas, em noitadas de alegria,
servindo-lhe de anteparo para, escorado nele, flutuando, recompor minhas
forças, conseguindo inspiração. Aos poucos, ditongos, tritongos, verbos e
substantivos, enfim palavras, iriam surgindo, algumas com asas outras com
raízes, umas coloridas outras nem tanto, mas, todas, ajudando a formatar o
texto desejado. As festas de época sempre foram causas de alegria para
muitos. O Carnaval, por exemplo, com lança-perfumes, tão populares em meados do
século passado ou, nos dias atuais, a cerveja anima o folião a pular, dançar e
suar, quer seja escutando a marchinha de outrora: “Um pierrô apaixonado, que
vivia só cantando, por causa de uma colombina acabou chorando” ou, mesmo, o
sucesso do momento: “Que tiro foi esse? Que tiro foi esse que tá um arraso?!
Quer causar, a gente causa. Quer sambar, a gente pisa! Quer causar, a gente
causa. Quem olha o nosso bonde pira. Que tiro foi esse que tá um arraso?”. Até
as mensagens, implícitas nas letras das músicas cantadas, ontem ou hoje, são
explicações explícitas para, comparando seus conteúdos, chegar-se à conclusão
de que o mundo mudou... não se sabe se para o nível da águia, ou do urubu,
pássaros que dominam as alturas, embora a primeira, com sua imponência, jamais
se contente com uma alimentação fácil. Apesar de serem muitos os pretextos
para viver bem, o certo é, como vários poetas já escreveram, só existir um
momento para nos encantarmos com a existência e nos mantermos de forma intensa
e apaixonada, desfrutando tudo quanto nos couber, sem medo nem culpa de sentir
prazer. Este instante é o hoje. Justamente por tal razão, sendo véspera de
Carnaval, devemos nos divertir, até, porque ele chega, fica conosco quatro dias
e desaparece todo apressadinho. Vamos à folia, sejam fantasiados de pierrô,
colombina ou, até mesmo, cantando: “Que tiro foi esse”. Apesar dos
desencantos, ainda podemos vibrar quando setores da justiça brasileira,
demonstrando independência, reconhecem a culpa de alguns, mesmo se supostamente
amparados por privilegiadas posições sociais.
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