Até nas escolas a violência tem ocorrido no cotidiano de Itabuna |
Itabuna está incluída como um dos municípios líderes no
ranking dos mais violentos do País. Itabuna fechou o ano de 2017, com o registro de
116 assassinatos. Seria de grande valia para a sociedade que as estatísticas fossem
apresentadas junto com a análise, do ponto de vista dos órgãos de segurança
pública, das causas desses homicídios. Por que se mata tanto em Itabuna? O que
gera essa violência? São perguntas para as quais a sociedade itabunense quer
resposta. A cada homicídio as autoridades da área afirmam que a maioria
das mortes tem relação com o tráfico de drogas. As vítimas, dizem delegados e
policiais, são usuários em dívida ou ainda traficantes que perdem a disputa com
os concorrentes da atividade criminosa. O problema é que os números são
assustadores! São inegáveis os esforços dos nossos policiais militares,
civis e federais para combater à criminalidade e, especialmente, aos homicidas.
Mas não há investimentos na estrutura física do aparelho policial, com a
aquisição de viaturas, armas e mais contratações de agentes de segurança. E
assim, a violência dos assassinatos segue crescendo, como se fosse em vão todo
esforço para combatê-la. No contraponto da visão oficial e de
segurança pública, estudiosos da violência e suas origens certamente terão
respostas para tais indagações. Eles dirão, com razão, que as mortes têm como
vítimas moradores da periferia, a maioria homens jovens e negros, que sofrem
com serviços públicos deficientes, com o desemprego, com a falta de lazer, e
que estão no centro dos principais conflitos decorrentes da exclusão social.
Dirão que são muitas e diversificadas as causas dessas mortes, que é preciso
melhorar a qualidade da investigação criminal, e defenderão a identificação e
punição dos homicidas. Dirão por fim que, além da ação repressiva, é preciso
considerar a necessidade urgente de investimentos em políticas sociais. Delas
depende a paz social desejada, mas que não pode ser alcançada enquanto milhares
de mortes violentas continuarem sendo vistas apenas como números.
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