Já é do conhecimento de todos que os
presídios no país estão superlotados. Que facções se enfrentam e deflagram
verdadeiras guerras. São estruturas antigas, insalubres. O presidiário no país
não tem o mínimo de dignidade. E dentro deste cenário fica quase impossível
falar em ressocialização. Mas, além de tudo isso, há outros direitos sendo
violados. Direitos estes que podiam ser corrigidos de forma simples. Alguns
agora foram pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As decisões afetam as presas
grávidas ou presas que têm filhos até 12 anos e os transexuais. No primeiro
caso, dentro de 60 dias, os presídios brasileiros não devem mais ter gestantes
ou mães com crianças atrás das grades. As prisões preventivas devem ser
convertidas em prisões domiciliares. Mas que seja fixada a palavra preventiva,
pois a regra não vale para as presas já condenadas. Na decisão há exceções,
como se a presidiária, mediante violência ou grave ameaça, agiu contra seus
descendentes. Outras excepcionalidades devem ser justificadas pelos juízes que negarem
o benefício. No caso das presidiárias gestantes com filhos, há um ser
primordial para ser atendido, o filho. Esse sim deve ser retirado dos
presídios. É inadmissível que uma criança nasça numa cela suja, sem direito aos
mínimos cuidados. É desumano deixar uma criança passar os primeiros anos de sua
vida atrás das grades. Quem cometeu o crime não foi ela. Então, que se estenda
o direito à mãe pelo direito do menor. E enquanto as gestantes e mães devem
sair, a outra decisão do STF determina que as travestis e transexuais entrem
nos presídios femininos, ou seja, não cumpram mais pena nas penitenciárias
masculinas, onde, na maioria das vezes, acabam submetidas a violências
psicológicas e sexuais. A decisão aponta que a prisão tem que ser em estabelecimento
prisional compatível com a orientação sexual, sendo esse apenas mais um direito
da pessoa que deve ser chamada pelo seu nome social, contar com espaços de
vivência específicos, usar roupas femininas ou masculinas, conforme o gênero, e
manter os cabelos compridos e demais características de acordo com sua
identidade de gênero.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente no blog do Val Cabral.