É necessário distinguir o xaveco não abusivo do assédio sexual |
No ano de 2017
ecoou por toda parte o clamor estridente de mulheres denunciando o desrespeito
e o assédio sexual, não foi possível ignorá-lo. A revista "Time"
elegeu como Personalidade do Ano as mulheres que quebraram o silêncio sobre o
assédio sexual que sofreram. No Brasil, o caso mais emblemático envolveu um
conhecido ator de novelas acusado por uma colega figurinista de comportamentos
para lá de abusivos em local de trabalho. A percepção que se tem é que hoje as
mulheres estão se unindo e denunciando casos de assédio com mais destemor do
que antes. Por meio de campanhas, sobretudo na internet, as mulheres estão
conquistando uma força que já está desequilibrando a estrutura de poder que
sempre favoreceu aqueles que se utilizam da autoridade, prestígio ou influência
para praticar o abuso. É certo que esse tipo de comportamento seguirá
acontecendo, sobretudo em meio às mulheres que não possuem o privilégio de
serem conscientes de seus direitos, pessoas em condição de maior desamparo, e
que infelizmente são constrangidas a aceitar caladas esse tipo de violência.
Há, no entanto, algo novo no ar, uma maré feminista que está trazendo
consequências surpreendentes: as mulheres começaram a reivindicar sua voz no
espaço público e a denunciar sistematicamente o assédio sexual a que são
submetidas nesse espaço comum. Compreender melhor o momento histórico em que a mulher
se encontra e as circunstâncias sociais do tempo presente é uma missão
indispensável para o homem contemporâneo, que nesse caminho terá que se
confrontar com alguns hábitos e costumes profundamente arraigados. A confiança
entre homens e mulheres não deixará de existir diante da mudança interior de
velhos e anacrônicos paradigmas de conduta. Novas mudanças seguirão acontecendo
nas relações de gênero e é preciso estar atento a esse movimento da sociedade.
Para o homem, assimilar a mulher contemporânea e todo o seu singular universo
de particularidades, é uma tarefa e tanto, que certamente não implicará perda
de valor cultural do "masculino". Aliás, esse exercício de compreensão,
pode inclusive resultar em descobertas fascinantes, e até mesmo auxiliar no
interminável processo de autoconhecimento que enfim contribuirá no
relacionamento entre homem e mulher.
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