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17 de janeiro de 2018

HÁ DE SE DAR UM BREQUE NO TRECO DO XAVECO QUE ACOSSA

É necessário distinguir o xaveco não abusivo do assédio sexual
No ano de 2017 ecoou por toda parte o clamor estridente de mulheres denunciando o desrespeito e o assédio sexual, não foi possível ignorá-lo. A revista "Time" elegeu como Personalidade do Ano as mulheres que quebraram o silêncio sobre o assédio sexual que sofreram. No Brasil, o caso mais emblemático envolveu um conhecido ator de novelas acusado por uma colega figurinista de comportamentos para lá de abusivos em local de trabalho. A percepção que se tem é que hoje as mulheres estão se unindo e denunciando casos de assédio com mais destemor do que antes. Por meio de campanhas, sobretudo na internet, as mulheres estão conquistando uma força que já está desequilibrando a estrutura de poder que sempre favoreceu aqueles que se utilizam da autoridade, prestígio ou influência para praticar o abuso. É certo que esse tipo de comportamento seguirá acontecendo, sobretudo em meio às mulheres que não possuem o privilégio de serem conscientes de seus direitos, pessoas em condição de maior desamparo, e que infelizmente são constrangidas a aceitar caladas esse tipo de violência. Há, no entanto, algo novo no ar, uma maré feminista que está trazendo consequências surpreendentes: as mulheres começaram a reivindicar sua voz no espaço público e a denunciar sistematicamente o assédio sexual a que são submetidas nesse espaço comum. Compreender melhor o momento histórico em que a mulher se encontra e as circunstâncias sociais do tempo presente é uma missão indispensável para o homem contemporâneo, que nesse caminho terá que se confrontar com alguns hábitos e costumes profundamente arraigados. A confiança entre homens e mulheres não deixará de existir diante da mudança interior de velhos e anacrônicos paradigmas de conduta. Novas mudanças seguirão acontecendo nas relações de gênero e é preciso estar atento a esse movimento da sociedade. Para o homem, assimilar a mulher contemporânea e todo o seu singular universo de particularidades, é uma tarefa e tanto, que certamente não implicará perda de valor cultural do "masculino". Aliás, esse exercício de compreensão, pode inclusive resultar em descobertas fascinantes, e até mesmo auxiliar no interminável processo de autoconhecimento que enfim contribuirá no relacionamento entre homem e mulher.

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