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8 de dezembro de 2017

RIO E RUAS COMO PINICOS RESULTAM EM GRAVES DOENÇAS EM ITABUNA

O povo de Itabuna, involuntariamente, paga para a Emasa poluir o Rio Cachoeira!
O acesso à água potável e de qualidade; e a instalações sanitárias são direitos humanos, indispensáveis para gozar plenamente do direito à vida. No entanto, milhares de pessoas em Itabuna não têm acesso a água potável, ou não dispõem de instalações sanitárias adequadas. Hoje, menos 14% da população urbana itabunense têm acesso a rede de esgoto. Esse número é inaceitável, principalmente porque quem tem mais sofrido com essa situação são as crianças. E cria um ambiente insalubre que propicia o desenvolvimento de doenças fatais. O que mais surpreende no esgoto é o seu poder destruidor, sua capacidade de atuar em todo o município e de se infiltrar em todos os níveis da sociedade. A imagem de crianças brincando em meio aos esgotos e lixo a céu aberto é tocante aos olhos de qualquer um. O principal impacto disso, é a diarréia e outras infecções que prejudicam o desenvolvimento e condenam essas crianças em longo prazo. Se pegarmos crianças de 0 a 5 anos, os danos são ainda maiores: são permanentes. Trata-se de doenças toxicológicas causadas pela contaminação por substâncias químicas vindas de causas e produtos diversos, tais como a lata de refrigerante, a lata de tinta, garrafas PET, óleo de cozinha, sacolas plásticas, entre outros objetos que são lançados diariamente no rio Cachoeira e nos esgotos a céu aberto das comunidades carentes em todo o Município de Itabuna. Engana-se quem pensa que os impactos da concentração de lixo nos esgotos a céu aberto e no rio Cachoeira afeta apenas a saúde daqueles que moram nas comunidades carentes. Grande parte dessas substâncias tóxicas que estão concentradas nos esgotos a céu aberto são voláteis e evaporam levando o “problema” para uma área muito maior. Veja só: todos os anos, nossa cidade sofre com as enchentes. Imagine você, que trafega pelas ruas de Itabuna. Com as chuvas, todo aquele esgoto que está sendo jogado direto no rio irá evaporar e você irá respirar esse ar contaminado pelas substâncias químicas. Não há escolha, você pode estar na parte rica ou pobre da cidade, mas você será atingido por esse verdadeiro inimigo invisível. Infelizmente, nossos governantes ainda têm uma visão míope sobre a questão do saneamento básico: constroem obras enormes e esquecem de investir em uma área que é fundamental, que representa um investimento, que no futuro irá refletir em uma economia enorme que é a de não ter que cuidar de uma criança com deficiência mental, intelectual, imunológica ou de saúde decorrente da exposição a substâncias químicas que permeiam a nossa cidade. A sociedade itabunense precisa estar alerta que o problema toxicológico causado pela falta de coleta e tratamento de esgoto e que não está restrita apenas às comunidades carentes. Basta um vento mais forte ou uma chuva para carregar as substâncias tóxicas para muito mais longe, contaminando e condenando, em porções homeopáticas, toda a sociedade. Tais substâncias, despejadas diariamente em nosso rio pelos esgotos, são um verdadeiro inimigo invisível. A sociedade deve se unir e cobrar de seus governantes um olhar mais atento e investimentos prioritários na coleta e tratamento de esgoto devem ser feitos para garantir qualidade de vida à nossa população e, principalmente, às nossas futuras gerações.

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