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25 de dezembro de 2017

EIS MEUS PEDIDOS AQUI, MEU BOM VELHINHO


Natal será melhor sem corruptos infernizando a vida do povo 
Como a maioria, fui criado em um lar cristão, onde minha mãe manteve até o último Natal de sua vida uma apaixonada e comovente veneração pelo período natalino. Ela reunia a família e realizávamos nossas preces, onde sob a égide da Bíblia, as suas preocupações iam muito além da família e dos amigos; estendiam-se sempre aos mais desfavorecidos, os que estavam desprotegidos e abandonados. Por sorte minha e da família, minha esposa mantém a mesma tradição. Sabemos todos, Bom Velhinho, que o senhor é lá das bandas da Noruega, Finlândia, lugares civilizados e desenvolvidos, onde se respeitam a cidadania e o dinheiro público. Lá os impostos são altos, mas o retorno em serviços públicos, em saúde, segurança, educação e transportes públicos são compatíveis com o cobrado e pago. Existe distribuição de renda adequada e respeitosa. Aqui nesse nosso país de bandidos de toga, gravatas e colarinho branco, infelizmente, a coisa é muito diferente... Como recomendam reflexões nessa época e com tantos desafios para 2018 tentei fazer essa cartinha para o senhor, até porque as possíveis soluções desses graves problemas nacionais são ao mesmo tempo tão difíceis quanto óbvias. Primeiro presente que lhe peço, meu Bom Velhinho: já que todos estão imbuídos do espírito natalino, faça-os acreditar que a aritmética existe, e que ela ao mesmo tempo em que soma os números, os divide, os multiplica e principalmente, os subtrai. Aritmética e matemática, diga a eles, baixinho e respeitosamente Papai Noel : são ciências exatas. Assim, Bom Velhinho, esclareça-os: se uma elite dos funcionários públicos quer ganhar entre R$ 150.000, 00 a R$ 220.000,00 mensalmente, além dos décimos terceiros, recessos, feriadões prolongados, aposentadorias precoces e outros privilégios, é só fazê-los ver que o Tesouro nacional é único e em uma dessas operações, a subtração, se mostra que o que se esbanja em setores da elite pública falta para a maioria dos brasileiros, que passam muitas necessidades, muita insegurança e muita humilhação, pela miséria a que são submetidos. Bom Velhinho, se não for pedir demais, solicite também aos poderosos do Legislativo e do Executivo que observem em seus quintais. Talvez, possa até dizer, com seu jeitinho bonachão e fazendo das tripas coração, que a corrupção por aqui já ultrapassou todos os limites toleráveis. Se aguentar, arrisque alertá-los que a indignação com a esbórnia no setor público é tanta que o descontrole, a violência e a insegurança se espraiam até nos campos de futebol – que horror! Papai Noel, sei que é muita pretensão de um simples blogueiro enjoado e repetitivo, que em uma época destas – quando todos só deviam trocar presentes, transmitir congratulações, desejar saúde e felicidade, dar abraços e beijos! –, vir com uma conversa chata destas! Mas é de quem vê tanto sofrimento, tanta dor, vê tanta insensibilidade, tanta falta de solidariedade, que, como uma criança que acredita em Papai Noel, perde a vergonha e faz uma cartinha dessas, pensando que o próximo Natal pode ser um pouquinho mais humano e mais digno para essa maioria de brasileiros despossuída e desprezada. Muito obrigado ao senhor, volte sempre!

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