Os criminosos parecem que estão mais bem organizados que os governantes |
A cada notícia de mortes fico
convicto de que Itabuna não é mais a mesma e que o caminho para um futuro
melhor será estreito. Indigno sim constatar que a violência é uma realidade que
coloca a cidade num dos topos entre as mais sangrentas do país. Um levantamento
divulgado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) mostrou que
Itabuna é a 13ª cidade mais violenta do Brasil. Além disso, ainda há o
crescimento iminente do narcotráfico, que é praticamente ignorado pelo governo estadual.
Recentemente, indo visitar amigos num determinado bairro da periferia de
Itabuna, avistei um muro pichado com as iniciais DMP, uma referência ao crime
organizado na cidade. Era um lugar que costumava ser pacato. Os crimes estão
evoluindo e nós, vítimas, estamos no meio dessa guerra entre facções. Isso não
pode prosseguir. Aprendemos a como não ser furtados ou assaltados. Ensinam-nos
a como agir para evitar o estupro e a como proteger nossas casas de bandidos.
Gradeamos janelas, portas, colocamos arames nos muros, câmeras de segurança e
tudo o que o dinheiro é capaz de comprar atualmente, mas, ainda assim, nos
sentimos nus diante ao perigo. Outras cidades sofrem também com a violência. É
o caso de Simões Filho e Lauro de Freitas, localizadas a pouca distância do
gabinete do governador Rui Costa, que parece dá as costas para o combate ao crime
na Bahia, ou simplesmente é completamente incompetente para esta tarefa. Não há
esperança quando vemos o investimento em propaganda governamental, ser muito maior
que o aplicado em segurança pública, embora devamos reconhecer que a repressão
não é tudo. Mas também há deficiência e carência de recursos e competência nas
áreas de Saúde, Educação, geração de emprego e renda, Assistência Social e
Infraestrutura. A sociedade também negligencia no que lhe é de dever. Caso as
crianças continuem a crescer em famílias desestruturadas, com criação de baixa
qualidade para se tornarem jovens sem oportunidade no mercado de trabalho, a
fábrica do crime continuará. Os legisladores precisam agir com sensibilidade
para o problema real e deixar de lado essa necessidade compulsiva pela
corrupção e o poder. Há muito que se mudar. Enquanto isso, nós vamos continuar
trancando nossas portas a sete chaves e orar pela nossa segurança e daqueles
que amamos.
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