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19 de novembro de 2017

AS REDES SOCIAIS NÃO SÃO RINGUES

Já pensou se o tempo no Whatsapp contasse pra aposentadoria?
As redes sociais, em especial o WhatsApp, têm contribuído para escancarar comportamentos precipitados e insensatos. Vivemos numa era em que a internet empoderou a todos, indistinta e simultaneamente. E assim, no auge dessa sensação de poder, a falta de educação fica evidenciada e a intolerância é, infelizmente, a palavra que revela o comportamento em alta no uso de uma tecnologia, que deveria nos unir e não servir de ringue e escape para nossas neuroses e incompreensões. A falta de educação com que lidamos com as redes sociais, brota, silenciosa e invisível, em mensagens e, rapidamente, evolui no mundo real e podendo chegar até as páginas policiais. A velocidade com que algumas reações e julgamentos se espalham assusta quando se observa o potencial de estragos que são capazes de provocar e a quantidade de provas que são produzidas. Existem grupos de WhatsApp, que nascem vocacionados para melhorar a comunicação entre pessoas de uma mesma sociedade. O fato é que tais grupos se multiplicam entre si, ganham vertentes paralelas e se transformam em tribunais inquisidores. Pequenos detalhes são aumentados, fatos são deturpados, gerando um barulho muitas vezes descabido e desnecessário. Bastam uma simples mensagem de caráter político, ou palavra mal interpretadas, desencadeadas por críticas - às vezes necessárias, ou mesmo um conteúdo abordado sobre times de futebol, igrejas, ou partidos políticos, e tudo vira combustível que inflama pessoas, revelando a incapacidade de transitar com educação diante da divergência. Historicamente, o ato coletivo sempre confere mais poder que o gesto individual. Um pequeno erro ou um mal-entendido tomam a proporção de crise. Falta serenidade para conseguir enxergar que toda história tem dois lados e mais de uma parte interessada. Praticar a empatia (capacidade de se colocar no lugar do outro) e a alteridade (entender que o outro é o outro, portanto diferente de nós) é que nos permite avaliar a situação com calma e, porque não dizer, rever posições que julgávamos imutáveis. Sabemos que, quando se trata de política, religião, ou futebol, temos a tendência a nos deixar arrebatar pela correnteza da emoção, atropelando normas e convenções sociais em nome das paixões e também das crenças que cultivamos. Mas precisamos, obrigatoriamente, enxergar que nosso time, religião e partido não são únicos no mundo. Felizmente, eles estão cercados por outras denominações e, devemos aprender que nos relacionarmos bem com as pessoas requer controle, desprendimento e generosidade. E cabe a nós dar o exemplo dessa importante lição de vida.

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