Já pensou se o tempo no Whatsapp contasse
pra aposentadoria?
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As redes sociais, em especial o
WhatsApp, têm contribuído para escancarar comportamentos precipitados e
insensatos. Vivemos numa era em que a internet empoderou a todos, indistinta e
simultaneamente. E assim, no auge dessa sensação de poder, a falta de educação
fica evidenciada e a intolerância é, infelizmente, a palavra que revela o
comportamento em alta no uso de uma tecnologia, que deveria nos unir e não
servir de ringue e escape para nossas neuroses e incompreensões. A falta de
educação com que lidamos com as redes sociais, brota, silenciosa e invisível,
em mensagens e, rapidamente, evolui no mundo real e podendo chegar até as
páginas policiais. A velocidade com que algumas reações e julgamentos se
espalham assusta quando se observa o potencial de estragos que são capazes de
provocar e a quantidade de provas que são produzidas. Existem grupos de
WhatsApp, que nascem vocacionados para melhorar a comunicação entre pessoas de
uma mesma sociedade. O fato é que tais grupos se multiplicam entre si, ganham
vertentes paralelas e se transformam em tribunais inquisidores. Pequenos
detalhes são aumentados, fatos são deturpados, gerando um barulho muitas vezes
descabido e desnecessário. Bastam uma simples mensagem de caráter político, ou
palavra mal interpretadas, desencadeadas por críticas - às vezes necessárias,
ou mesmo um conteúdo abordado sobre times de futebol, igrejas, ou partidos
políticos, e tudo vira combustível que inflama pessoas, revelando a
incapacidade de transitar com educação diante da divergência. Historicamente, o
ato coletivo sempre confere mais poder que o gesto individual. Um pequeno erro
ou um mal-entendido tomam a proporção de crise. Falta serenidade para conseguir
enxergar que toda história tem dois lados e mais de uma parte interessada.
Praticar a empatia (capacidade de se colocar no lugar do outro) e a alteridade
(entender que o outro é o outro, portanto diferente de nós) é que nos permite
avaliar a situação com calma e, porque não dizer, rever posições que julgávamos
imutáveis. Sabemos que, quando se trata de política, religião, ou futebol,
temos a tendência a nos deixar arrebatar pela correnteza da emoção, atropelando
normas e convenções sociais em nome das paixões e também das crenças que cultivamos.
Mas precisamos, obrigatoriamente, enxergar que nosso time, religião e partido não
são únicos no mundo. Felizmente, eles estão cercados por outras denominações e,
devemos aprender que nos relacionarmos bem com as pessoas requer controle,
desprendimento e generosidade. E cabe a nós dar o exemplo dessa importante
lição de vida.
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