Cuma é só mais um prefeito, que não ver e cheira o rio! |
Não foi por falta de aviso. Há quase 30
anos, estudiosos e ambientalistas já chamavam a atenção para as condições do
rio Cachoeira. Na época, a situação mais visível era o desmatamento das matas
ciliares, das regiões de nascentes e das encostas, o que gerava o carreamento
de terra para o leito do rio. Além disso, o lixo e os esgotos despejados ao
longo do rio alteraram profundamente a qualidade da água e provocaram o avanço
do problema para as praias de Ilhéus. Hoje, o itabunense assiste impotente o rio
agonizar. O rio vive uma situação preocupante, resultado tanto do descaso
governamental quanto das diversas ações humanas de degradação, que visam à
lógica econômica em detrimento da preservação ambiental e da população
ribeirinha do rio e seus afluentes. O rio praticamente não tem mais mata
ciliar, o que provoca assoreamento e baixa reprodução de peixes. A revitalização
do Cachoeira vem sendo prometida por vários governos. Nunca houve um só
programa que fosse às raízes dos problemas. É preciso que a revitalização se torne
uma política pública consistente, e isso requer também uma reorientação da
proposta de desenvolvimento da região e uma melhor gestão da água. É necessário
que o programa de revitalização seja efetivamente tirado do papel e que todos,
incluindo os órgãos públicos, os empreendedores da iniciativa privada e os
usuários, estejam envolvidos. Caso contrário, o rio Cachoeira sucumbirá de vez.
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