Prefeitos baianos estão todos com dificuldades de fecharem suas contas e isto está complicando suas administrações |
Nenhum prefeito
dos 417 municípios da Bahia teve as contas de 2015 aprovadas sem ressalvas pelo
Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), aponta o último Balanço das Contas
Relatadas do órgão. E, em entrevista publicada pelo Bahia Notícias na segunda-feira
(14), o presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB) e prefeito de Bom
Jesus da Lapa, Eures Ribeiro (PSD), relatou que em 2016 cerca de 50%
prefeituras baianas já tiveram suas contas rejeitadas pelo TCM. De acordo com
ele, a rejeição tamanha acontece por conta de uma "falta de preparo da
equipe que presta consultoria para as prefeituras". Segundo a assessoria
do TCM, o Balanço feito pelo órgão aponta que entre as contas das gestões de
2015, 236 foram aprovadas com ressalvas (56,5% do total), 163 rejeitadas (39%)
e 8 obtiveram outras decisões (2%). Quando se trata das irregularidades que
ensejaram as rejeições, o descumprimento do limite de despesa com pessoal
aparece como motivo principal: 40,7% tiveram problemas com essa irregularidade.
Com 19,4% dos motivos para rejeição, o descumprimento de determinações do TCM
está em segundo lugar. Logo atrás constam irregularidades na execução
orçamentária (11,6%) e também o descumprimento do índice constitucional de
educação (10%). As Câmaras Municipais possuem números um pouco mais otimistas:
das 417 analisadas, 20 tiveram as contas aprovadas sem ressalvas (4,7%); 374
foram aprovadas com ressalvas (89,6%); e 18 tiveram suas contas rejeitadas
(4,3%). Duas casas legislativas obtiveram outras decisões sobre suas contas. Os
principais problemas com as contas das Câmaras foram irregularidades na
execução orçamentária (28,1%), seguido de descumprimento da Lei de Licitações
(21,9%) e de determinações impostas pelo TCM (21,9%). O balanço das contas de 2016
será julgado a partir de setembro. De acordo com Eures, 90% dos prefeitos da
Bahia são novos e muitos já iniciaram a gestão com os municípios em estado de
inadimplência. "O município não pode ser penalizado por gestores
irresponsáveis. E isso não é só com o estado não. Para se ter uma ideia, o
próprio presidente do Tribunal de Contas me passou a lista de 38 municípios
baianos que o gestor passado não prestou nem conta com o TCM. Isso é
preocupante. Mostra a falta de responsabilidade de quem fez isso, porque na
gestão pública quem governa tem que ter a consciência de que ele é prefeito,
mas depois dele virão vários outros ", alertou o presidente da UPB. Por
Ana Cely Lopes.
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