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Câmara

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14 de agosto de 2017

A MORTE EXISTE. MAS A VIDA CONTINUA

Cristo e a ressurreição, são promessas que nunca morrem!
Quantos de nós já vivemos a dor de nos separarmos de alguém? Quantos de nós precisamos abrir mão da presença daqueles que nos fazem bem por um motivo ou outro? Essas despedidas, muitas vezes, nos levam a refletir sobre a vulnerabilidade das relações e sobre a fragilidade da vida, que é uma breve escola à espera da eternidade. Apesar de difíceis, são bem menos violentas que as despedidas eternas. Alguns ditados populares são tão sábios a ponto de nos constranger com suas verdades, mas nunca estamos preparados para “dar valor sem perder”, ou aproveitar o “até que a morte nos separe”. Despedir-se é algo para o qual nunca estaremos preparados exatamente pela essência egoísta do ser humano e pela sua capacidade de pensar que as coisas boas são eternas. Pensamos que os melhores sorrisos e as piores lágrimas acontecem nos lugares mais românticos ou mais adequados, mas muitas vezes são nos aeroportos, hospitais e momentos fúnebres que sentimos o mais legítimo sentimento de dar adeus a quem amamos. Abrir mão da presença de alguém é resignar-se eternamente, é permanecer vivo sem parte importante de alguém que era do seu convívio. Com as despedidas vêm as perdas e perder, definitivamente, não é para todos. Perder pressupõe descontrole, falta de opção, e para muitas pessoas não é fácil perder sem revoltar-se, sem questionar-se, sem inconformar-se. Saber perder é um privilégio que nos expõe à maturidade, típica dos espíritos evoluídos. O que importa em meio às perdas? Quem somos quando não temos caminho na hora do adeus? É importante termos muito claro que em muitas coisas da vida não temos opção e isso talvez seja a sábia lição do universo nos mostrando que devemos colocar em prática nossa capacidade de nos reinventarmos, de perdermos e tirarmos lições, de perdermos sem nos frustrarmos, de perder sem entrarmos para as tristes estatísticas de depressão do século XXI. Assim, sigamos, pois tem aquele outro ditado que nos ensina diariamente “que a vida continua” e ela continua, sim, com ou sem aqueles que um dia fizeram parte do nosso convívio e que tiverem um papel fundamental no nosso dia a dia. Que possamos dar o nosso melhor para os que vão e consigamos ficar com o melhor dos que partem.

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