Marão logo verá que ele não é dono do mundo e o MP enxerga |
A prefeitura de
Ilhéus, no sul baiano, se tornou alvo de uma ação civil pública do Ministério
Público Estadual (MP) e do Ministério Público do Trabalho (MPT). As promotorias
pedem que a Justiça determine, liminarmente, o afastamento de trabalhadores
contratados em caráter temporário pela gestão. Segundo a promotora de Justiça
Alicia Violeta Passeggi e o procurador do Trabalho Ilan Fonseca de Souza,
existem atualmente 426 servidores temporários no município, que conta com 256
aprovados em concurso público aguardando convocação. A promotora e o procurador
registram que os temporários que ocupam as vagas dos concursados irregularmente
devem ser afastados. “A permanência dos contratos de trabalho temporários
implica em flagrante violação ao direito subjetivo dos aprovados no certame,
aos princípios da administração pública e à regra constitucional do concurso
público”, explicam eles. Também foram acionados o prefeito Mário Alexandre
Correia de Sousa e o secretário de Administração, Bento José Lima Neto. O MPBA
e o MPT, por intermédio da Promotoria de Justiça de Ilhéus e da Procuradoria do
Trabalho de Itabuna, requerem ainda liminarmente que os acionados sejam
obrigados a abster-se de admitir pessoal por meio de contrato por tempo
determinado, nas hipóteses em que haja previsão expressa do cargo público a ser
preenchido através de vaga prevista no concurso realizado em 2016. Além disso,
os acionados deverão ser condenados a pagar solidariamente a quantia de R$ 10
milhões por danos morais coletivos. Alicia Passeggi e Ilan Souza assinalam que
a situação irregular teve início há uma década e vem se repetindo
sistematicamente. Acordos não foram cumpridos, multas são cobradas, editais
publicados e nada se modifica, reclamam eles, esclarecendo que “não foram de
fato os réus que iniciaram a contratação de servidores temporários, mas são
eles que atualmente detêm plenas condições de revogar a referida forma de
contratação e dar início à contratação dos aprovados”.
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