A sucateada polícia está em desvantagem contra os criminosos |
As redes sociais e emissoras de
TV, tem mostrado, constantemente, grupos criminosos ostentando armas de
altíssimo poder de destruição e que superam o poder bélico das polícias. São
fuzis, metralhadoras, pistolas exibidas com orgulho pelos bandidos. Um arsenal que
alimenta o terror que tomou conta do Rio de Janeiro nos últimos meses e que
parece não ter fim. Mas qual a origem dessas armas e por que os facínoras
parecem ter tanta facilidade em obtê-las? É uma pergunta que incomoda, e as
autoridades não demonstram empenho em responde-la. Estima-se que o comércio
internacional de armas movimente algo em torno de um trilhão e quinhentos milhões
de dólares por ano. Tanto dinheiro assim corrompe pessoas, países, entranha-se
na estrutura administrativa governamental e acaba por pôr em risco a sociedade.
Há um esforço mundial no combate ao tráfico de drogas, contudo o mesmo não
acontece com relação ao tráfico de armas. Os fuzis e metralhadores usados pela
bandidagem carioca chegam ao poder dos criminosos por nossas fronteiras e
rodovias hoje fragilmente fiscalizadas. O contingenciamento imposto pelo
governo federal atingiu duramente a área de segurança. A Polícia Rodovia
Federal reduziu drasticamente as operações por conta da falta de recursos. Com
isso, os grupos criminosos avançam, ocupam espaços e acuam a sociedade. Não
podemos permitir que isso continue acontecendo, não podemos ver pessoas sendo
mortas diariamente para sustentar uma estrutura maléfica que une balas e
drogas. O comércio de armas e o narcotráfico estão umbilicalmente ligados. Não
é possível combater um e esquecer o outro. As drogas financiam a compra de
armas e as armas garantem a segurança para o tráfico. A cada hora, cinco
pessoas são mortas por armas de fogo no Brasil, um número superior ao de países
em guerra, como a Síria, por exemplo. Essas armas não caem do céu. São
comercializadas num mercado visto ainda com olhos complacentes. Não vamos ser
ingênuos achando que um dia iremos extinguir a indústria bélica, mas é tempo de
reagirmos e começarmos a adotar mecanismos que impeçam que as armas acabem nas
mãos dos criminosos. Nossos filhos e netos agradecem.
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