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17 de fevereiro de 2017

POR QUE SER CONTRA APENAS POR SER CONTRA?

NÃO SÃO POUCAS AS DÚVIDAS EM NOSSA VIDAS
As circunstâncias atuais leva-nos a usar, de forma irresponsável, o vocábulo “contra”. Observado a acepção da palavra acima citada, com seu significado retirado de um dicionário online de português, temos os seguintes sentidos: oposição, direção contrária, obstáculo, inconveniência, coisa adversa, dentre outros. É uma significação simples, todas semelhantes, embora de classes gramaticais diversas. A questão é que nós, brasileiros, viralizamos (usando uma linguagem bem atual e virtual), talvez d e forma inconsequente, devido à nossa ignorância ou falta de informação. É comum, nos dias atuais, que sejamos apenas contra alguma coisa, alguém ou determinado assunto. Não há nada de anormal, é verdade. Porém, o problema reside no fato de que, muitas das vezes, não sabemos justificar as nossas posições, dizer os porquês. Muitos brasileiros não sabem justificar a oposição à reforma da previdência, à reforma do ensino médio, à reforma da legislação trabalhista, por exemplo. Muitos brasileiros não sabem a razão pela qual Dilma foi cassada e seu vice, Temer a substituiu. Sobre a política da segurança, da saúde da educação de investimentos, que sabemos que não dá certo, somos todos contra, mas por que somos? Em diálogos com nossos familiares, somo s contra. Nas escolas, alunos e professores são contra. O mesmo acontece nas universidades: a maioria é contra. Mas é certo que poucos são aqueles que possuem justificativas plausíveis para seus contras. E digo que nosso problema é gravíssimo, mas podendo ser, facilmente, resolvido. O exercício da leitura, o senso crítico, a necessidade de assistir a um simples noticiário, ler um jornal, uma revista informativa ou participar/acompanhar um debate de especialistas sobre determinado assunto… Maneiras de combater a nossa humilde ignorância. Possuímos um senso perceptivo que é peculiar dos seres humanos. Temos a noção do certo e do errado, porém muitas vezes por não termos conhecimento argumentativos. Observamos a informação de vários ângulos, sendo, então, que o certo pode se tornar errado, e, mesmo assim, continuamos no c ontra. Até porque, afinal, a maioria das pessoas usam o contra. Aquele meu professor que admiro é contra, meus pais dizem que são contra, meu amigo – que é muito informado – é contra. Então vos digo que, apesar do caos que estamos, com perspectivas péssimas, com a falência dos estados, do país como um todo, com nossos representantes sem credibilidade nenhuma para reerguer a nação, a impressão que tenho é que as únicas coisas que a maioria de nós ainda não é contra são: na crença em papai Noel e coelhinho da páscoa (e, mesmo assim, poucos sabem a histórias de tais mitos). No final das contas, é assim que caminha um país onde seus principais atores não querem aprender seus textos e acabam optando pela cultura do contra. Mas fica sempre o questionamento: por que o contra?

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