Os palpites populares, as vezes induzem a remédios que não curam |
O rádio não parava de anunciar tantas maravilhas como: “Melhoral, Melhoral é melhor e não faz mal.” Era o tempo das famosas “Pílulas de Vida do Dr. Ross”. Menino ainda de sete anos não escapava do recino e do purgante. Tudo era possível curar com esses remédios amargos e intragáveis. Uma vizinha velhinha, cujo nome não me lembro mais, sempre era chamada para encanar o braço quebrado de alguém. Ela fazia uma mistura de breu com clara de ovo, depois colava num pano com algodão e amarrava o braço do sujeito. Quando secava virava pedra. Mas sua especialidade mesmo era as folhas e ervas que curavam as mais diversas dores e males. Fazia balas de alho para inflamação na garganta e receitava uma mistura de semente de melancia, folha de café e eucalipto para febre. Sem falar num pé de coirana, de seu quintal, que atendia a todas as paridas que sentissem dores após o parto. Nasci, cresci e fiquei adulto vendo todas essas misturas. Mas, das panaceias da família, herdei várias e com o tempo fui mudando, sem nunca esquecer os chás e os preceitos muito pessoais sobre a natureza. É claro que tenho minha própria panaceia, o Vick, que nunca é aplicado apenas no peito, em caso de tosse, vai até num arranhão. Por isso é muito difícil dizer quando uma família não tem sua panaceia particular, recomendada para qualquer doença ou dor. O tempo veio, envelheci também e hoje sou eu que oriento Vick Vaporub para qualquer doença. La em casa é motivo de riso toda vez que digo: “Bote um pouquinho de Vick que melhora”. E, realmente o remédio tem saída, geralmente é uma latinha por mês. Um arranhão, uma coceirinha, um machucado, é uma beleza.
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