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26 de janeiro de 2017

OS BICHOS AOS PÉS DOS MISERÁVEIS DA PERIFERIA DE ITABUNA

Muitas doenças estão relacionadas a  miséria e pobreza do povo
Mesmo antes desse inquietante estado de nossa economia, grande parcela da população brasileira já sofria com a disparidade na distribuição da renda. A riqueza esteve e continua concentrada nas mãos de uma parcela restrita da sociedade. Mas a crise econômica dos últimos tempos aprofundou as mazelas sociais por todo o País. O estado de incerteza em que o Brasil foi mergulhado, agravou a pobreza, favorecendo o incremento dos bolsões de miséria por toda parte. Empurrados para áreas marginalizadas, milhões de brasileiros seguem vivendo em locais desprovidos de infraestrutura básica (pavimentação, esgoto, água tratada), em habitações extremamente precárias. Tal situação de miserabilidade atesta a realidade analisada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), para quem muitas das milhares de mortes que acontecem todos os dias no mundo estão relacionadas às causas da pobreza extrema. Em pleno século 21, o mundo registra mortes por doenças que poderiam ser prevenidas e curadas com custo muito baixo, como fome, diarreia, pneumonia e tuberculose. Itabuna está entre os cantos do planeta onde milhares de pessoas sobrevivem em condições sub-humanas. Ainda está pouco propagado o drama de moradores da periferia da maior cidade sulbaiana, que estão literalmente sendo devorados por bichos. Dezenas de pessoas, com ferimentos nos pés, mal consegue andar. A suspeita é de que sejam vítimas do bicho-de-pé, um tipo de pulga, que provoca a doença do subdesenvolvimento. As vítimas sofrem há mais de dois meses, sem assistência dos órgãos de saúde. O quadro chocante, revela o descomprometimento do poder público com a vida miserável das famílias que ali habitam. Esse caso mostra que da miséria social não é consequência apenas da violência, drogas e criminalidade. Há ainda a dolorosa exclusão que não garante aos pobres assistência mínima, para se livrarem sequer de pulgas. Bicho-de-pé pode até parecer bobagem, mas o caso concreto serve para romper a aparente tranquilidade com que se convive com a desigualdade e seus efeitos.

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