Pery Cartola é presidente da Câmara de São Bernardo
do Campo
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O presidente da Câmara de
Vereadores de São Bernardo do Campo (SP), Pery Cartola (PSDB), publicou e
distribuiu entre os servidores da Casa, nesta semana, um manual de conduta
profissional que traz orientações sobre pontualidade, uso do telefone, namoro e
até mesmo uso de maquiagens para mulheres e a cor da meia que os homens devem
usar. O material foi entregue aos cerca de 400 servidores da Câmara da cidade
após uma reunião em que Cartola apresentou a Casa aos novos funcionários e fez
algumas observações sobre o manual. O texto acabou sendo criticado por alguns
funcionários e, principalmente, pelo Sindicato dos Servidores Públicos da
cidade, o Sindserv. As 29 páginas do manual, feito na forma de slides de
PowerPoint, trazem dicas básicas de pontualidade ("uma das atitudes mais
desagradáveis no ambiente de trabalho são os atrasos"), de como trabalhar
ao telefone ("ao
atender ao telefone, diga: Gabinete ou Vereador/Vereadora, bom dia ou boa
tarde. Em seguinte pergunte, "em que posso ajudar?""), de uso da internet ("acesse somente os
sites que tenham relação com o serviços prestados e/ou informações
solicitadas"), de uso do elevador ("se
você não tem restrições ou limitações, use a escada quando puder, é bom para a
saúde"), apresentação pessoal ("o
uso do crachá é obrigatório, e deve ficar sempre visível. É proibido usar em bolsos
de blusa ou camisa entre outras"). Porém, são as instruções sobre a forma de se vestir e algumas
recomendações sobre cumprimentos que
causaram mais estranhamento. Segundo o manual, o servidor "jamais deve
cumprimentar alguém com a mão mole ou tocando somente nas pontas dos dedos. O
aperto de mão deve ser firme, sem ser agressivo ou exagerado, com três
sacudidas compassadas. A intenção não é estraçalhar os dedos da outra
pessoa". Em relação ao vestuário, os homens são orientados a não usar
meias claras com trajes escuros, a não vestir bermudas, camisas desabotoadas,
sandálias franciscanas e gravatas de bichinhos, de crochê ou frouxa no
colarinho. Já as mulheres deve preferir batom e esmaltes claros, saias na
altura do joelho e tailleurs, não podem exagerar no perfume e devem estar
maquiadas "de maneira discreta e funcional". O vereador Pery Cartola
se espantou com a polêmica criada com o manual e afirmou que seu objetivo foi
padronizar o atendimento e a abordagem do funcionário da Câmara. “Quero
mostrar como o servidor deve se portar na frente do munícipe. O intuito foi
padronizar, deixar o atendimento coeso. Não entendo porque estão fazendo muito
barulho. Não tem nenhum tipo de medida proibitiva, ou preconceituosa." Segundo
ele, o manual não traz regras, já que não há nenhum tipo de penalidade prevista
para quem não o respeitar. Cartola contou que, como a Câmara recebeu cerca de
200 novos funcionários com a posse na atual legislatura, a direção da Casa quis
mostrar a todos que existe um modelo a ser seguido. Apesar das críticas, o
vereador conta que já nota mudanças na maneira de trabalhar dos funcionários da
Câmara. "As pessoas já estão mudando a concepção. Estão todos vindo
trabalhar de crachá, por exemplo", disse. "Agora, é importante dizer
que o principal do manual não é orientar quanto ao traje do servidor. A parte
mais importante são as orientações em relação ao atendimento ao munícipe e à
conduta do servidor. Questões como a pontualidade, a maneira de agir em uma
reunião, como cumprimentar sem falsidade ou sem desdém, como usar a internet.
Essas coisas", completou. Por Thiago Varella
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