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21 de outubro de 2016

DEPUTADOS TEMEM DELAÇÃO DE EDUARDO CUNHA

Quem duvida que não existam mais de 400 picaretas no Congresso?
Nos bastidores, parlamentares apostam que uma eventual delação de Eduardo Cunha poderá prejudicar mais de uma centena de deputados que ele ajudou durante sua ascensão de líder do PMDB a presidente da Casa. Nos últimos cinco anos, o deputado cassado esteve em cargos de poder que lhe permitiram influenciar em escolhas de relatores de projetos e medidas provisórias estratégicas, além de CPIs. Segundo aliados e adversários, ele tem na memória informações sobre negociações feitas para a aprovação de propostas na Casa. Além disso, participou ativamente da articulação para a abertura do processo de impeachment. Cunha se filiou ao PMDB em 2006 e, naquele ano, foi eleito para seu segundo mandato de deputado federal, quando aproximou-se do então líder do partido, Henrique Eduardo Alves (RN), a quem sucedeu. Isso permitiu que ele se tornasse figura frequente na residência oficial da Câmara, quando Michel Temer presidiu a Casa, e, depois, no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente. Os peemedebistas costumam repetir que Cunha não é amigo de Temer, mas não negam que, nos últimos anos, ele frequentou rodas de conversa importantes dos caciques da legenda. Outro aspecto que causa temor é o fato de Cunha ter atuado ativamente na arrecadação de recursos para campanhas de vários aliados, não só do PMDB, mas de partidos como PSC e PP. Ele próprio já admitiu que ajudava nos contatos com empresas para conseguir doações oficiais para o PMDB. Tudo isso na época em que Temer presidia a legenda.

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