Bené é como a dicotomia do gosto e do desgosto em si só |
Parafraseando Carlos Drummond de Andrade, “Só é lutador quem sabe lutar consigo mesmo.” e isto me faz traçar um paralelo entre o certo e incorreto na conduta de um mesmo indivíduo. Este cidadão a quem quero me referir, é do tipo que já sai de casa, com propósito de querer brigar contra gregos e troianos. E quando retorna para o descanso noturno, não dorme sem brigar contra o sono, ronco, mosquitos e suas próprias flatulências. É como o tresloucado Nero, cujo sonho é incendiar o mundo, para sentir-se a própria personalização do sol. Ou como Ícaro, que desconhece as consequência de vôos além das suas limitações. É como um tsunami, que massacra e se acaba por si só. E como alguém que não tendo com quem brigar, se confronta consigo mesmo diante do espelho e se xinga, bravata, esperneia e perde para o reflexo de como se ver. Ele não é daquele que briga porque é necessário e sim pelo simples e insignificante prazer de brigar. Ederivaldo Benedito é assim. É a reencarnacão xifópaga de Deus e o diabo nas insatisfações dúbias, complexas, incompreensíveis e pífias. E se faz de olho do tornado, para se dizer em meio as turbulências de perseguições, sectarismo e melindres. Bené como ele mesmo se reconhece, é Bené. Não há outro igual. Ele não sabe brigar com Beto Capucho, Tia Nem, Val Cabral e nem com quem nem gosta de brigar. Portanto, Bené é Bené brigão, inconformado, contrariado, contraditório e notório porra-louca. Itabuna precisa ser benevolente com Bené, pois sem ele a cidade fica igual a um reinado sem bobo da corte.
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