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23 de agosto de 2016

NÃO SE GANHA ELEIÇÃO SEM INTERNET

Não se ganha eleição com internet. Entretanto, se perde sem ela 
Com menos tempo de campanha e limites mais rigorosos de gastos nestas eleições, os candidatos tendem a fazer mais uso da internet para divulgar suas propostas e alcançar cada vez mais o eleitorado. É muito difícil encontrar alguém que não esteja conectado á internet e quase impossível alguém não possuir whatsapp, facebook e outras alternativas de redes sociais, sobretudo, através de celulares. Os smarthphones são os campeões em acessos, atrás dos computadores. Até a véspera das eleições, o debate político tende a ocorrer não só nos tradicionais comícios e caminhadas, mas sobretudo nas redes sociais, exigindo, por um lado, a adoção de posturas diferenciadas dos candidatos, e por outro, a atuação responsável dos eleitores. A legislação eleitoral prevê regras para as postagens e propaganda política na internet, assim como multas para aqueles que fizerem mau uso das ferramentas digitais, atingindo o caráter de terceiros. O Poder Judiciário ainda não está preparado para atuar com eficiência para solucionar conflitos que possam surgir da interação entre internautas. Com as mudanças na legislação eleitoral, esta eleição terá menos tempo de campanha e limites de gastos estipulados em 70% das despesas declaradas no pleito anterior. A internet, por permitir contato gratuito e a qualquer hora, é um fator muito importante numa campanha política, embora as campanhas eleitorais sejam decididas mediante a combinação de muitas variáveis e através do uso de diferentes plataformas de comunicação. Mas, sem dúvida, a internet deixou de ser um meio de comunicação secundário principalmente desde as últimas eleições, no caso brasileiro, e passou a ser fundamental, pois cada vez mais o eleitor gasta boa parte do seu tempo consumindo conteúdo on-line, principalmente via redes socais, e os diversos estudos demonstram que isso já influencia na decisão do voto. O candidato que ignorar a internet, terá dificuldade em se eleger, pois muita informação on-line, seja falsa ou verdadeira, tem grande impacto e atinge mesmo aqueles que não são usuários da rede, de forma indireta. Ao mesmo tempo, um candidato que usar apenas a internet e ignorar outros meios também dificilmente vencerá uma eleição, pois a internet deve ser compreendida dentro de um sistema que integra outras mídias. Não deve ser vista como algo isolado. Para se fazer conhecido, um candidato precisa saber trafegar nos diversos meios de comunicação, respeitando, em cada um, suas diferentes gramáticas e funcionamento. Há algumas proibições impostas pela legislação, que afetam candidatos e também eleitores, como o anonimato e a atribuição a terceiros de postagens, atos que podem resultar em multas. Mas a justiça não está preparada para atuar com eficiência na esfera digital Ela ainda não tem como fiscalizar e manter de fato justa a disputa na internet. E isto acontece por três razões principais. Primeiramente, há um problema crônico de ineficiência no sistema judiciário. Isso afeta também a Justiça eleitoral e não será resolvido na próxima eleição. Segundo, muitos juízes têm dificuldade de entender como a internet funciona e tomam decisões baseadas em premissas ou interpretação equivocadas. Vejo muitas decisões judiciais que ignoram preceitos básicos de funcionamento da rede. Terceiro, algumas proibições previstas na legislação podem ser falsificadas on-line com o intuito de prejudicar adversários. Isso é muitas vezes difícil de se comprovar a autoria de um delito, o que demandaria um mecanismo de investigação que tenho dúvidas se temos hoje disponível na Justiça eleitoral. Diferente de países como os Estados Unidos, o Brasil começou, não há muito tempo, a utilizar de forma massiva a internet para discutir política, sobretudo para candidatos convencerem o eleitorado. 

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