Até ao saque o povo de Buerarema já recorreu contra a fome |
Pobreza é a condição de não dispor de meios ou de verba suficientes que permitam a satisfação das necessidades. Existem diferentes tipos de pobreza tais como pobreza absoluta, pobreza relativa e pobreza subjetiva. Pobreza absoluta, é quando se carece dos meios para satisfazer as necessidades básicas humanas e é o pior tipo de pobreza. A pobreza experimentada hoje, pelo povo de Buerarema, é sistêmica e está relacionada com a desigualdade na redistribuição econômica na Bahia, onde os recursos se restringem a Salvador, Camaçari e pouco mais de umas cinco outras cidades e com o drama de não haver nenhuma cidade sulbaiana, mais judiada e menosprezada pelos governos em suas três estâncias, evidenciando a incapacidade governamental para satisfazer as necessidades da maioria da população. Daí, advém um aumento exponencial de desemprego e do emprego precário, do assalto sistemático aos direitos dos trabalhadores e cortes nos salários e subsídios, que também tem como consequência o empobrecimento da população para níveis jamais imagináveis. Para acabar com a pobreza e o desemprego, seria seria necessário o governo baiano implementar políticas sociais de acordo com as necessidades da população, bem como a transferência de industrialização para o sul da Bahia e em especial, para Buerarema. As crises que afetam o país, é mais dramática em Buerarema. O tempo parece retroagir na cidade. Nada avança. Tudo parece conspirar contra o povo bueraremense, que perplexo por não conseguir mudar o rumo da cidade, tem se mudado rumo a outras cidades e estados. Só em Brusque, em Santa Catarina, já existem mais de 8 mil homens e mulheres de Buerarema. O exodo é recorde na Bahia. A indignação do povo é tão grande, que a cidade foi a única dos 417 municípios baianos onde o presidenciável Aécio Neves (PSDB) superou a candidata Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno das eleições em 2014. Buerarema vive há doze anos sob tensa disputa entre produtores rurais e indígenas tupinambás. Os primeiros perderam propriedades rurais, invadidas pelos índios que, por sua vez, reivindicam o direito à terra. A pendenga sobre regularização da demarcação de terras na região se arrasta no Ministério da Justiça (MJ) sem resolução há anos. E todo este drama parece não ter fim.
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