É preciso estar atento aos riscos de infecção do HIV e Aids |
Desde o ano 2000, mortes relacionadas à Aids mais do que duplicaram entre adolescentes em todo o mundo. A estimativa é que, a cada hora, 29 pessoas de 15 a 19 anos sejam infectadas pelo HIV, segundo o Unicef. Os números revelam que a doença segue como a segunda causa de morte entre jovens na faixa etária de 10 a 19 anos. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, a taxa de detecção de Aids em jovens entre 15 e 24 anos, no período de 2004 a 2013, cresceu de 9,6 para 12,7 casos por 100 mil habitantes, um aumento de 32%. De acordo com o relatório do Unicef, meninas são mais vulneráveis à epidemia de Aids, representando cerca de 65% das novas infecções em adolescentes no mundo. O medo de passar pelo exame, segundo o Unicef, faz com que muitos jovens não tenham conhecimento de sua situação. A maioria dos jovens entrevistados não querem fazer o exame por medo de um resultado positivo e por preocupação com estigma social. Na década de 1980, com o pipocar dos casos de Aids em todo o mundo, a população, assustada, precisou discutir abertamente assuntos como fidelidade, comportamentos sexuais, drogas, transfusão de sangue, e tomar atitudes de precaução contra o mal que destruía famosos e anônimos. Com o passar dos anos, as discussões foram perdendo o destaque, em parte pelo surgimento de drogas que prolongam a vida dos doentes. Hoje, o governo declara que a situação está estabilizada, mas a cada ano, cerca de 35 mil brasileiros se infectam. Estima-se que, no País, haja mais de 600 mil infectados, dos quais cerca de 230 mil não sabem, ainda, que são soropositivos. Apesar disso, muitos jovens descuidam-se, principalmente em relação às práticas sexuais desprotegidas, pois declaram não ter medo da Aids. Apesar de serem mais bem informados do que as outras gerações, os jovens de até 24 anos ignoram o preservativo por já não temerem a doença e por confiarem no parceiro. O fato de não terem vivido “o medo” da epidemia nas décadas de 80 e 90 ajuda a explicar essa falta de cuidado. A falta de informação e conscientização dos jovens em relação ao um assunto tão sério quanto esse é algo preocupante. Há necessidade, pois, de que a família, a escola e o poder público foquem em diálogos com a juventude. A falta de informação é a maior vilã da banalização da doença.
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