É lamentável que pessoas se submetam à condição de objeto |
A advogada
Cláudia de Marchi, 34 anos, abandonou os 11 anos de carreira para se tornar uma
acompanhante de luxo em Brasília, no Distrito Federal. Tudo começou em abril,
quando Cláudia perdeu seu emprego em uma faculdade, onde ensinava direito. Ela
afirma que foi demitida sem justificativa e, com contas para pagar, decidiu
adotar o nome Simone Steffani e se tornar prostituta. Agora, Cláudia descreve
sua rotina de trabalho em um blog e conta com o apoio da mãe para exercer a
nova profissão. "Perguntei para ela: 'mãe, e se eu resolvesse virar
prostituta?' Ela me respondeu de imediato que esta seria a melhor decisão da
minha vida, já que eu estava desempregada, não pretendia casar e nem entrar em
um cargo público". Para isso, ela se mudou de Sorriso, cidade a 340 km de
Cuiabá, no Mato Grosso, e foi para Brasília. "Eu pensava que nem tudo
seria flores. Encontrar tarados, maníacos, por exemplo. Eu pensava que isso
poderia ser muito perigoso", confessou. Segundo informações do G1 Mato
Grosso, Cláudia já mantinha um blog sobre feminismo e política na época em que
era professora de direito, sempre expondo sua opinião. Como Simone, ela publica
as experiências sexuais com os clientes e ainda dá dicas sobre normas de
etiqueta para os homens que desejam seus serviços. "Me graduei,
especializei, tenho 11 anos de profissão. A decisão de me tornar cortesã foi
muito bem pensada. Não me escondo nas fotos, minhas opiniões e experiências.
Escrevo porque gosto de escrever", disse Cláudia. Ela contou ao G1 que
pretende ficar na profissão por cerca de 10 anos. As experiências de Simone
também podem ser transformadas em um livro e, por isso, Cláudia seleciona o
material do blog com bastante cuidado e carinho. No futuro, se tudo der certo,
Simone pensa em oferecer aulas, workshops, cursos de como se portar melhor e se
valorizar como acompanhante de luxo. As orientações iriam desde a escolha dos
catálogos até a noções de feminismo. Ela diz que é bastante chata e seletiva
para se envolver sexualmente e, por isso, já chegou a perder R$ 1 mil por dia
ao descartar clientes. "Faço o que faço por gostar! E é por isso que não
acato clientela inculta, vulgar ou sem finesse", disse. Feminista
declarada, Simone diz não se submeter a qualquer situação ou prática sexual que
não concorde. Ela não aceita a presença de outras mulheres na cama e chega a
brigar com clientes que são rudes. Ela também não esconde o rosto das fotos
sensuais de divulgação e acredita que isso é um diferencial no mercado, pois,
geralmente, as acompanhantes não gostam de mostrar o rosto. Os custos da
profissão são baixos. Segundo o G1, para manter o anúncio no catálogo virtual,
ela paga R$ 400 e mais o apartamento, que não revelou o valor. Simone costuma
receber um cliente por dia, ou no máximo dois, e cobra R$ 500 por hora. Ela
atende no próprio apartamento, uma região bem localizada de Brasília, ou em
hotéis de luxo da capital. Uma noite inteira custa R$ 2,5 mil e a companhia em
viagens sai por R$ 1,5 mil a diária. Simone deve viajar com um cliente
para a Alemanha, em julho, e esta será a primeira experiência dela fora de
Brasília. (Correio).
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