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1 de março de 2016

O MEDO DOMINA O POVO DE ITABUNA

O medo impera na periferia e Itabuna conta mortos quase diários
Medo, angústia e insegurança. Estas sensações passaram a fazer parte do dia a dia de milhares de itabunenses que vivem em áreas em que o tráfico de drogas dita normas e exerce um poder paralelo. A disputa pelo domínio desses espaços tem transformado os bairros em verdadeiros territórios do medo. Levantamento feito pelo noticiário de ocorrências policiais em Itabuna, demonstra que pelo menos seis bairros sofrem com a interferência de traficantes. São eles: Mangabinha, Novo Horizonte, Fátima, Califórnia, São Lourenço e Pedro Jerônimo. No bairro do Novo Horizonte, que é considerado o mais violento de Itabuna, esta realidade é perceptível para quem convive há muito tempo no local. As brigas entre gangues provocam medo aos moradores e tiroteios, comércio de drogas e assassinatos passaram a fazer parte da história dessas pessoas. O “toque de recolher” já é algo natural para a comunidade. A população do bairro convive diariamente com comercialização de entorpecentes e violência. Uma professora que aqui chamaremos de "Maria", 34 anos, reside na comunidade há mais de dez anos e confessa que diariamente sai de casa para trabalhar temerosa devido a violência. “Nós vivemos com medo. Quando a polícia vem aumenta a sensação de segurança, no entanto, quando as viaturas vão embora isso aqui vira um inferno. Os conflitos são quase que diários. Quando chega a noite, nós só saímos de casa se for realmente necessário. Caso contrário, ficamos presos dentro de nossa própria casa”, contou. Muitas famílias residem no bairro Novo Horizonte, com muitas ruas sem saída e sem qualquer infraestrutura, a maioria das pessoas vive de forma carente. O reflexo deste quadro, espelha-se justamente na condição do avanço da criminalidade. “Os meninos de 12 e 13 anos já estão aprendendo a atirar. Os bandidos desafiam as autoridades. Quando o clima esquenta, até o posto de saúde e as escolas simplesmente param de funcionar. Ninguém é louco de ficar com as portas abertas, esperando uma bala perdida. O comércio fecha quando começam os tiroteios”, contou um líder comunitário, que preferiu não ser identificado.

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