O presídio de Itabuna é como uma bomba preste a explodir |
A Ordem dos Advogados do Brasil,
subseção de Itabuna, denuncia a superlotação do Conjunto Penal da cidade, cujo
limite de encarceramento é para 574 detentos, mas possui atualmente 1414, quase
o triplo da sua capacidade. Essa população carcerária excedente é a maior da
Bahia. Segundo a OAB, supera até a da Penitenciária de Lemos Brito, em
Salvador. Outro dado alarmante é o grande número de presos provisórios, aqueles
que ainda não foram julgados. São 649, entre homens (569) e mulheres (80). A
OAB vai cobrar uma posição do governo Rui Costa para limitar o número de presos
na unidade. São centenas de pessoas vivendo uma rotina de violência e
corrupção, num presídio que é na uma “universidade do crime”. O ambiente é
degradante. No modelo vigente hoje, o presídio de Itabuna é incapaz de
recuperar presos e inseri-los de volta ao convívio social. A verdade é que a
sociedade itabunense tem diante de si uma realidade cruel, e para a qual poucas
vezes dirige sua atenção. A falência do sistema prisional, um problema crônico,
é mantido sob a ostensiva e continuada omissão dos governantes. E o que
acontece em Itabuna, é somente um retrato fidedigno do que é a realidade
nacional. Para modificar esse cenário de indignidade faltam recursos, é fato.
Mas faltam, principalmente, vontade política e capacidade de se reconhecer que,
mesmo preso, quem comete crime continua humano. Neste sentido, merece atenção a
denúncia da OAB, sobre a realidade no Presídio de Itabuna, com uma iniciativa que
buscam o reconhecimento e valorização dos direitos dos encarcerados. Mais que
uma ação de denúncia, a ação da entidade alerta para a atualização de processos
e discussão de uma nova dinâmica para o sistema de execução e fiscalização das
penas. A OAB quer que seja revisto o funcionamento da vara de execução penal e
a superlotação da unidade prisional de Itabuna. Os propostas são muitas. Uma
das primeiras é revisar a situação penal dos encarcerados. Estima-se que muitos
dos detidos já cumpriram a pena e poderiam estar fora do Presídio. Dar
dignidade ao preso, é um passo na tentativa de regenerá-lo. Afinal, um dia ele
estará de volta ao convívio social. É melhor que na prisão tenha adquirido um
mínimo de civilidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente no blog do Val Cabral.