O Estado está omisso e os criminosos barbarizam em Itabuna |
Quatro homicídios em pleno período natalino, confirmam, no mínimo, dois fatos: a volta à barbárie e a absoluta incompetência do Poder Público. Com essas mortes, volta a sensação coletiva de insegurança. A violência ocorre em Itabuna, por completa causa da omissão, negligência e ineficiência do Estado. O Estado, criação do homem para organizar a vida em sociedade e promover a paz, transformou-se em instrumento de dominação a serviço de determinados segmentos, pela força ou pela corrupção. Tais grupos, ao conquistarem ou serem alçados ao comando do Estado, dele mais se beneficiam do que o fazem atender à sua finalidade original. Passam a usar o vale-tudo para manter o Poder. Não importa o preço. Não há norma que os detenha. Não há ética que os intimide. Os únicos valores que lhes interessam são o preço da cooptação e da corrupção. Daí nem mesmo os serviços básicos que o Estado deveria garantir – educação, saúde, transporte e segurança – são satisfeitos. O patrimônio e as verbas públicas têm como destinação prioritária bancar o enriquecimento ilícito dos integrantes das organizações criminosas instaladas no Poder. A corrupção é a responsável pela morte de pessoas vítimas do caos na saúde pública, sucateada porque as verbas a ela destinadas são desviadas pelos mesmos que se apropriam das verbas da merenda escolar, das obras de saneamento básico e, inclusive, das destinadas à segurança pública e ao sistema penitenciário, centro de aperfeiçoamento da criminalidade violenta. Tudo isso está acontecendo em Itabuna diante da omissão das autoridades públicas e das lideranças das instituições da sociedade civil. Quando não se omitem, fazem discursos de conveniência, num exercício permanente de cumplicidade, na omissão ou na encenação, como Múmias Paralíticas ou Rolandos Leros, personagens do universo criativo de Chico Anísio. Se a sociedade não compreender que é necessário se rebelar contra om marasmo do Estado, estará, inevitavelmente, no caminho inverso trilhado pela humanidade. Retornará à barbárie e perderá todas as conquistas que obteve ao longo dos milênios, inclusive sua liberdade, pois o que a omissão do Estado está propiciando são circunstâncias favoráveis ao conflito civil e ao surgimento de regimes de força.
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