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Câmara

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1 de janeiro de 2016

É EXTRAORDINÁRIA A SERENIDADE DOS IDOSOS DIANTE DA VIDA E DA MORTE

Itabuna não possui nenhuma praça digna para o lazer dos idosos
Estamos todos diante de um abismo, que é a imprevisibilidade da vida. O destino sempre nos surpreende, para o bem e para o mal. Daí porque é revigorante rever valores e enxergar o mundo com um novo olhar: prestar atenção nos prazeres calmos, na alegria serena que resulta da aceitação das nossas limitações, da nossa capacidade de superar as angústias e de vencer os medos que nos assombram, principalmente o medo do fim, da extinção do nosso arcabouço físico. “Tudo no mundo se acaba, tudo enfada e tudo cansa”, ressaltou o poeta e escritor, Romilton Teles Santos, em recente discurso em sepultamento de um amigo nosso. O que não se finda é somente o que há verdadeiro nos nossos sentimentos. Romilton nos diz que a sabedoria consiste em valorizar o aqui e o agora. O passado já ficou para trás, e nos serve apenas de reflexão e de aprendizado; não pode mais ser modificado. O futuro ainda não chegou, e nós nem sabemos se estaremos nele, já que a tirana morte pode nos colher antes. O que nos compete vivenciar é o hoje, e não por acaso ele é chamado de presente. Ainda ontem eu era um menino, correndo descalço às margens do Rio Cachoeira; hoje alguns dos meus amigos de infância são avós, e muitos de nós já enterramos as nossas mães, aproximando-nos do nosso próprio túmulo. Envelhecemos todos, veloz e inexoravelmente. Diante da imensidão do mar de Ilhéus, da singeleza do azul do céu, ou do verde em várias tonalidades da zona rural de Itabuna, o que fazer senão agradecer a Deus por tamanha beleza? Não cabem palavras quando o que a vida nos pede é apenas contemplação. Isso os idosos nos ensinam com primazia, e eu sempre os observo nas praças Olinto Leone, José Bastos, Lar Francisco de Assis: sentados nos bancos, olham as árvores, ouvem os pássaros, erguem os olhos para o céu. Sem pressa, sem agonia, sem agitação, a sabedoria já fez morada em seus corações. Que ela também habite os nossos, no ano novo que já nasceu para nós.

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